Na sua intervenção, em Brasília, durante a sessão de abertura do Fórum Mundial da Água, Jorge Carlos Fonseca abordou a importância da cooperação na gestão e uso eficiente da água, assinalando igualmente a luta de Cabo Verde para atenuar os efeitos da seca.
"A gestão e o uso e eficiente da água exigem cooperação, parceria e troca de experiências e de saber. Esses problemas não poderão ser resolvidos isoladamente", defendeu.
"No passado, enfrentamos a fome e a morte em Cabo Verde por razões de seca e estiagem. Mas aprendemos a viver e a conviver com a seca em harmonia simbiótica que nos permitiu afastar a fome em Cabo Verde, apesar da influência episódica da estiagem hídrica. Passou a estiagem e ficamos de pé", acrescentou.
Jorge Carlos Fonseca defendeu o acesso à água como um "direito de todo ser humano" que "não deve ser condicionado ao poder económico ou militar, nem ao poder do mercado".
O Fórum Mundial da Água, organizado pelo Conselho Mundial da Água, é realizado a cada três anos desde 1997 e é considerado o principal evento sobre recursos hídricos do mundo.
Nesta edição, em Brasília, estão representados governos, organizações e empresas de cerca de 150 países.
Os grandes temas em análise no Fórum são nove - água e clima, água e saneamento, água e desenvolvimento, água e cidades, água e ecossistemas, água e financiamento, água e partilha, água e capacitação, e água e 'governance', divididos em 32 tópicos que serão debatidos em 140 sessões.
Na discussão de cada tema será abordada a situação em cada região do mundo.
O Fórum integra ainda iniciativas dedicadas a grupos específicos, como os consumidores, os jovens ou as crianças, num esforço para a sensibilização para a importância da água.