Os vigilantes aguardam desde Janeiro a actualização salarial, conforme acordado em sede de negocial.
“O Governo já recuou e de acordo com um comunicado disse para resolvermos com as empresas que assinaram o acordo. Vamos reunir com as empresas e se não cumprirem iremos agendar uma greve o mais rápido possível. Pensamos que até final do ano poderemos realizar a greve, talvez em meados de Dezembro, caso as empresas não cumpram o acordo. Os vigilantes já estão saturados”, afirma.
Os vigilantes auferem um salário de 13.043 escudos. O Acordo Colectivo de Trabalho (ACT), assinado em Agosto de 2017, propõe a implementação de uma nova grelha salarial - com o salário mais baixo fixado em 17 mil escudos - o descongelamento das progressões e reenquadramento nas carreiras profissionais.
Heidi Ganeto acusa os sucessivos governos pela situação precária em que a classe se encontra.
“Desde o anterior Governo, que também nunca olhou para a situação dos vigilantes, que os acordos nunca foram actualizados. O Governo tem que fazer a sua parte. Somos cerca de dois mil vigilantes que prestam serviço para as empresas públicas. O governo tem que actualizar o valor dos acordos com as empresas para que estas possam também ter o valor para pagar o salário de acordo com o ACT”, indica.
Para além da reposição do poder de compra dos vigilantes, o documento sugere maior engajamento das entidades fiscalizadoras, eliminar a concorrência desleal existente e melhorar as relações laborais entre as entidades empregadoras e os trabalhadores.
A classe pede a publicação de uma portaria, para que todas as empresas de segurança privada no país cumpram o Acordo Colectivo de Trabalho (ACT).
O ACT estabelece que o montante a ser pago por um posto de 24 horas com quatro homens passe a ser de 180 mil escudos/mês nas ilhas do Sal e de Boa Vista e 150
Heidi Ganeto alerta que, “por um preço mais baixo”, as empresas que não assinaram o acordo podem vencer um concurso para um posto, em detrimento daquelas que cumprem o Acordo Colectivo de Trabalho.
Para o sindicalista, a valorização do sector vai permitir que as empresas criem condições salariais dignas para os trabalhadores.
Em Maio deste ano, os vigilantes das empresas de segurança privada suspenderam uma greve de três dias, depois do governo o ter decretado uma requisição civil.