Susano Vicente, vice-presidente da APESC, em declarações à imprensa, sublinha a necessidade de garantir a sustentabilidade do sector da construção naval, em sintonia com as boas práticas ambientais.
“Lançámos um repto aos artesãos, para que nos fornecessem os dados sobre os seus parâmetros de construção, dados que serão agora trabalhados e a partir daí vamos testar cientificamente para ver quais serão os parâmetros ideais. Incidimos muito sobre a questão ambiental, sobretudo na importância de evitar o abate de árvores na construção, na medida em que temos no mercado materiais disponíveis para construção. As nossas embarcações são construídas de madeira e reforçadas com fibra de vidro",afirma.
O objectivo final da APESC é dotar o país de uma legislação de construção naval em madeira, que defina as tipologias e padronize a construção de botes de pesca. O projecto conta com o envolvimento do Instituto Marítimo Portuário, construtores, engenheiros e arquitectos navais, num trabalho que pretende a certificação dos artesãos pela entidade e a resolução dos problemas de insegurança dessas embarcações.
“Um factor importante é a certificação dos artesãos. Sabemos que muitos têm estas tecnologias, conhecimento e às vezes ao construir a embarcação podem encontrar algum obstáculo, na medida em que não são engenheiros, são artesãos. Fazem um bom trabalho e a prova disso é que as nossas embarcações são seguras”,indica.
A Associação dos Armadores de Pesca espera ter o documento pronto até Março de 2019, para ser entregue ao Governo.