A decisão foi tomada por unanimidade pelos 52 associados da organização. Em conferência de imprensa, na tarde desta sexta-feira, na sede da APESC, em Mindelo, o vice-presidente Suzano Vicente destacou a coragem do líder associativo, não aceitando a sua saída do cargo.
“Demonstra coerência, profissionalismo e o espírito de seriedade que sempre caracterizaram a nossa associação. Respeitamos a decisão dele mas não aceitamos essa posição, pelo que devolvemos-lhe toda a confiança”, diz.
Nos termos da legislação em vigor, as infracções cometidas a bordo são imputadas aos armadores. Ainda assim, a APESC entende que as responsabilidades devem ser assacadas directa e unicamente à tripulação.
“A responsabilidade das embarcações está a cargo do mestre/capitão, que tem a chefia de uma tripulação. É ridículo responsabilizar o armador pelos actos ilícitos que são cometidos nessas embarcações”, considera.
O caso remonta a 9 de Agosto, quando a polícia apreendeu todo o pescado e a embarcação Atlântida II. Além da cavala preta, no momento da apreensão, seguiam a bordo 694 quilogramas de olho largo e 311 quilos de espécies diversas, totalizando 1511 quilos de pescado. Por se estar no período de defesa da cavala preta, a lei estabelece que a captura da cavala, em mistura com outras espécies, não pode ultrapassar os 10% do total da captura.
O vice-presidente da APESC não acredita que a situação belisque a imagem da organização.
“Pensamos que não pode beliscar porque, como dissemos, uma coisa não tem nada a ver com a outra”, reafirma.
Com esta decisão, João Lima mantém-se no cargo de presidente da Associação dos Armadores de Pesca de Cabo Verde, cargo para o qual foi reeleito a 28 de Junho.