A informação é avançada por Jairson de Aguiar, coordenador local do Sindicato de Indústria, Agricultura, Comércio e Serviço Afins (SIACSA), que representa as trabalhadoras e que indica que a paralisação abrange as trabalhadoras das linhas de produção.
“Reunimos com a direcção da empresa, pedimos aumento salarial para os trabalhadores e disseram-nos que iam estudar como fazê-lo. Fomos surpreendidos agora em Abril com aumentos de 30, 40 até, 250 escudos, consoante a idade das pessoas na empresa, e isto acabou por revoltar as trabalhadoras”, afirma o sindicalista que “estranha o alegado silêncio" da sede, em Portugal.
A atribuição de um prémio de produtividade e da comparticipação da empresa no transporte das trabalhadoras são outros pontos do caderno reivindicativo. Jairson de Aguiar acusa a unidade industrial no Lazareto de “falta de abertura negocial”.
A ICCO refuta as acusações do sindicato. Eduarda Martins, directora-geral, explica que a ICCO cumpre todos os requisitos legais.
“Há ICCO está em São Vicente há mais de 25 anos, nunca teve nenhuma situação de ilegalidade, nem para com os trabalhadores, nem com as instituições e organismos, nomeadamente, em termos de contribuições de impostos, nunca teve sequer um dia de salário em atraso. Todos os salários que temos cá dentro estão dentro da lei”, afirma.
Segundo a ICCO, na linha de produção, as pessoas que estão há menos de dois anos na empresa auferem um salário de 13.150 escudos. Os funcionários que estão há mais tempo, para além do salário, recebem ainda um prémio que funciona como um incentivo à assiduidade, que varia entre os 2.700 escudos e 5.100 escudos.
Eduarda Martins esclarece que a empresa fez recentemente uma revisão na fórmula de atribuição do prémio de assiduidade e nos salários, o que se reflectiu em melhorias para todos os trabalhadores.
“Toda a gente teve, no somatório salário mais prémio, um aumento mediante os escalões. Houve pessoas que tiveram um aumento maior ao nível dos prémios e outras ao nível do salário. Há uma informação de que uma pessoa teve um aumento de 30 escudos no salário, mas deve ter-se esquecido de referir que no prémio teve um aumento de 459 escudos, portanto, no total teve um aumento de 489 escudos”, indica.
Quanto à questão dos transportes, a responsável afirma que a empresa, localizada em Lazareto, durante os seus 25 anos de funcionamento, nunca assumiu encargos com as deslocações, mas que os trabalhadores usufruem de outras mais-valias, nomeadamente na área dos cuidados de saúde e alimentação no local de trabalho.
No que se refere ao prémio de produtividade, a responsável da ICCO diz que a proposta do sindicato não beneficiava os trabalhadores.