Convidado da última edição do Panorama 3.0, da Rádio Morabeza, o cardiologista sublinha que o controlo da doença e a aposta na prevenção e mudança de comportamentos são fundamentais.
“As pessoas têm que saber que têm hipertensão e depois fazerem o controlo. É uma doença crónica e o controlo pode ser feito mantendo a nossa tensão, que é uma coisa natural, abaixo de 140/90 e em alguns casos, por exemplo, dos diabéticos abaixo de 130/80. Esse é o passo que temos que dar para evitar que a hipertensão seja causa de morte”, explica.
Panorama 3.0 #107- Guiné-Bissau, Guerra Comercial EUA-China, Parlamento Europeu, doenças cardiovasculares
Podcast do programa de grande informação da Rádio Morabeza. Episódio de 24 de Maio de 2019
Segundo um estudo do Inquérito Nacional de Doenças Crónicas não Transmissíveis, realizado em 2017, e que deve ser actualizado este ano, cerca de 35% da população cabo-verdiana é hipertensa. Números que segundo o cardiologista podem aumentar.
“A tendência é aumentar, porque a nossa esperança de vida aumenta. A hipertensão é uma doença muito prevalente no nosso país, afecta 3 em cada 10 pessoas e há muita gente caminhado por aí com a hipertensão sem o saber. A hipertensão é uma doença crónica mas silenciosa, a maioria das pessoas anda com tensão alta e não tem sintomas”, aponta o cardiologista.
A hipertensão arterial aumenta o risco de ataques cardíacos, derrames cardiovasculares, insuficiência renal, cegueira, irregularidades do ritmo cardíaco, diabetes, entre outros.
A mudança de comportamento, para hábitos e estilos de vida mais saudáveis, é o maior desafio.
“A hipertensão é uma doença que se revela a partir dos 40 anos. Essa mudança é a coisa mais difícil que temos de fazer, mudar mentalidades. Deixar de comer o peixe frito e passar a comer o peixe grelhado, com pouco sal e com nada de gordura é difícil , porque estamos acostumados e esse é o sabor que nos dá prazer e nos agrada. Realmente, os costumes são difíceis de mudar”, exemplifica.
Em Maio, assinala-se o mês do coração e o Dia Internacional da Hipertensão, altura em que se reforçam os apelos para a eliminação dos factores de risco.