A marcha, segundo a presidente da ACLCVBG, em declarações à Inforpress vai encerrar a campanha “16 Dias de Activismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres” e vai contar com a adesão de vários géneros e camadas sociais que irão transmitir a intenção de dar um “basta” a esse tipo de violência.
“Não podemos mais aceitar que uma adolescente e mulher seja vítima de violência contínua e que nada se faz. Temos que mudar essa realidade urgente, e a união de todos é essencial para chamarmos a atenção dos decisores políticos sobre a temática”, acrescentou.
Segundo Vicenta Fernandes, se não existir movimentação sobre a violência, as associações não conseguirão mostrar que o povo e o país precisam de paz. “Se não temos paz, não conseguimos dizer que somos livres, que vivemos num país seguro”, alegou.
A marchar silenciosa que vai incidir sobre a paz vai concentrar na rotunda Homem de Pedra e contará com a presença de associações, escolas secundárias da capital, polícia nacional e rede de mulheres da paz e segurança da CEDEAO.
Na sua mensagem sobre a data, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que “as Nações Unidas têm o compromisso de acabar com todas as formas de violência contra mulheres e meninas”.
Destacando estatísticas sobre a frequência destes abusos, Guterres disse que as vítimas podem ser “um membro da família, uma colega de trabalho, uma amiga” ou até mesmo a pessoa que recebe a mensagem.
O chefe da ONU afirmou que “a violência sexual contra mulheres e meninas está enraizada em séculos de dominação masculina, pelo que considerou que “as desigualdades de género que alimentam a cultura da violação são essencialmente uma questão de desequilíbrios de poder.”
Segundo as Nações Unidas, a maioria dos actos de violência física ou sexual são cometidos por um parceiro e metade das mulheres mortas em todo o mundo foram assassinadas por parceiros ou familiares.
Ainda dados da ONU indicam que apenas 52% das mulheres casadas têm liberdade para tomar decisões sobre relações sexuais, uso de contraceptivos e assistência médica, enquanto que a nível mundial quase 750 milhões de mulheres e meninas casadas contraíram matrimónio antes de completar 18 anos.
Ao mesmo tempo, indica a ONU, 200 milhões foram submetidas a mutilação genital feminina, e cerca de 71% de todas as vítimas de tráfico de seres humanos são mulheres e meninas, sendo que três em cada quatro são exploradas sexualmente.
A campanha 16 dias de Activismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres, iniciou-se a 25 de Novembro e culmina terça-feira, 10, e este ano acontece sobre o tema “Pinte o Mundo de Laranja: Geração Igualdade contra a Violência Sexual!”
A efeméride que iniciou em 1991 é usada como uma estratégia global para reforçar e pedir que se aposte mais na prevenção e eliminação da violência contra mulheres e meninas.