“Em Cabo Verde falámos bastante da mobilização e distribuição da água e que somos um país que não pode viver sem a dessalinização da água, mas tudo isso custa muito dinheiro e poucas vezes falámos da redução das perdas”, observou.
O governante fez estas declarações, na cidade da Praia, durante a VII Reunião do Comité de Pilotagem do Programa de Apoio ao Sector de Água e Saneamento (PASEA), promovida pelo ministério da Agricultura e Ambiente.
De acordo com Gilberto Silva, o programa PASEA contribuiu “muito fortemente” para a melhoria da governança do sector da água e saneamento, assim como a capacitação dos técnicos dos serviços, contribuindo para a melhor infra-estruturação no sector.
Tudo isso, conforme constatou, teve impacto na “melhoria da condição de vida” dos cidadãos e, particularmente, dos alunos nas escolas.
“O programa ataca todos os domínios frágeis, cuja resolução contribui para a melhoria da governança e fortalecimento do sector da água e saneamento em Cabo Verde”, explicou, referindo-se às normas, bem como a contribuição para a reforma do quadro institucional, capacitação no domínio laboratorial para melhoria da qualidade da água e apoio à regulação técnica e económica para a melhor gestão financeira dos serviços.
O governante falou em vários investimentos na dessalinização da água em diferentes pontos do país, destacando a ilha da Brava que vai receber esta infra-estrutura de mobilização da água pela primeira vez.
Sobre as perdas, Gilberto Silva disse que há que ter uma postura do uso racional, frisando que o país não pode ir para a frente no sector da água e saneamento se não houver a redução das perdas.
Por sua vez, a encarregada de negócios da Embaixada do Grão-Ducado do Luxemburgo em Cabo Verde, Angèle da Cruz, destacou os ganhos do programa no ano passado como intervenções nas escolas primárias e estudo de perdas de água no bairro de Achada Santo António, cidade da Praia.
Segundo ela, este ano vão continuar a dar o apoio para se fazer estudos de perda de água em outros bairros, assim como na reabilitação das instalações sanitárias das cozinhas e instalação e melhoria das dessalinizadoras.
Perpectivam, também, trabalhar no controlo da qualidade da água para o consumo humano, mas também as reutilizadas para a rega.
“O nosso objectivo é alcançar 100 escolas em cinco anos e vamos chegar lá”, manifestou, lembrando que já reabilitaram sete escolas em várias ilhas.
Orçado em 13,6 milhões de euros, o programa PASEA, que teve início em 2016, tem a duração de cinco anos.