No relatório dado a conhecer esta quarta-feira, a PN descarta igualmente a ocorrência de acidente de viação no caso.
No documento a força policial refere que a vítima mortal fazia parte de um grupo de 12 jovens detidos por terem entrado no recinto onde decorria a “Festa das Cores” sem permissão. Os detidos foram levados para a Esquadra da Achada de Santo António, fechados dentro da cela da viatura.
Entretanto, de acordo com a PN, durante o percurso, quando se aproximavam da rotunda frente à Praia Clínica, que dá acesso à rampa do restaurante Poeta, pela via Brasil/Achada de Santo António, um dos detidos empurrou a porta da parte de cima da capota, saltou da viatura e pôs-se logo em fuga.
Na sequência, o outro detido, Anilton José Lopes Barbosa, também saltou da viatura, ficando, no seu caso, 'estatelado' no chão na sequência dos “graves ferimentos sofridos” após o salto. Os agentes chamaram os bombeiros, mas o jovem não resistiu e morreu no hospital.
“Ao chegar, e depois de prestar a devida assistência e os primeiros socorros ao sinistrado, ainda no local, a ambulância transportou o sinistrado para o Hospital Central da Praia, onde deu entrada e foi submetido aos cuidados e serviços de urgência médica. Porém, pouco tempo depois, o médico de serviço que o assistiu declarou o óbito da pessoa em questão”, lê-se no documento.
Anilton José Lopes Barbosa sofreu um traumatismo crânio encefálico, provável causa da morte.
No relatório a autoridade policial garante que “nenhum jovem sofreu agressão policial e tão pouco alguma ameaça", nem foram "coagidos a entrar na viatura policia que os transportava”. A PN assegura igualmente que a porta da cela da viatura foi devidamente fechada, e não apresenta avaria.
“A referida viatura oferecia todas as condições de segurança para transportar os detidos, pelo que no caso em concreto não se coloca a questão de nenhum acidente de viação, antes pelo contrário, está-se perante um facto premeditado cuja autoria e sua prática deve ser imputada aos dois jovens em questão, quando decidiram saltar da viatura assumindo os riscos inerentes ao acto”, aponta.
Neste sentido a Polícia Nacional garante que os agentes terão agido para repor a normalidade da situação na estrita observância da Lei e em conformidade com as normas estatuídas que delimitam os parâmetros legais da actuação policial, afastando “toda e qualquer hipótese de procedimento ou acção que vise a responsabilização disciplinar”.
A PN propõe o arquivamento do processo na fase em que se encontra.