O vereador das Infra-estruturas, Manuel Vasconcelos Fernandes, disse à Inforpress que as obras do mercado, suspensas há três anos, foram retomadas em Novembro de 2019, graças ao financiamento do Programa de Reabilitação, Requalificação e Acessibilidades (PRRA), o que permitirá terminar o projecto até Dezembro deste ano.
“O valor disponibilizado dará, seguramente, para terminar a obra”, garantiu Manuel Vasconcelos Fernandes, sublinhando que “não dá para suportar mais encargos” com a construção do empreendimento, iniciado em 2011, marcada por algumas interrupções e derrapagens no orçamento.
Orçado inicialmente em 330 mil contos, o Mercado do Coco, que deveria ter ficado pronto em 2016, terá consumido meio milhão de contos, pelas estimativas do autarca, que justifica as derrapagens com o facto de os estudos realizados terem recomendado um outro tipo de fundações, que não o previsto no início.
O mercado está a ser construído há quase uma década e o atraso de quatro anos deveu-se, segundo o vereador, a “opções” sobre os materiais para a obra: “o perfile do aço utilizado não era adequado”, o que criou “dificuldades estruturais” a nível de cobertura.
A Associação Pró-Praia, através do seu presidente, José de Pina, considerou que o processo de construção do Mercado do Coco tem sido “complicado” e que esta é “uma das principais infra-estruturas” necessárias à capital.
José de Pina disse que, pelos seus cálculos, já se gastaram entre 750 mil contos e 800 mil contos na construção do mercado, uma derrapagem que poderia ter sido evitada caso a Câmara Municipal da Praia tivesse levado em conta a proposta da Pró-Praia de construir a obra na ribeira que fica entre os bairros de Paiol e Fazenda.
A infra-estrutura estava a ser “mal construída”, numa zona muito congestionada, considera o responsável, que diz ter alertado a edilidade.
Ainda assim, José de Pina tem “esperança” de que a cidade da Praia venha a ter o mercado de que necessita, para potenciar a sua economia.
Por seu turno, o líder da bancada municipal do PAICV (oposição), Vladimir Silves Ferreira, recordou que, quando a obra foi divulgada, o partido questionou a câmara sobre as condições técnicas do terreno, por não ser o mais apropriado para albergar edifícios de grande porte.
O projecto, iniciado em 2011 pelo actual primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, à época presidente da Câmara Municipal da Praia, tinha um orçamento inicial de 333 mil contos.
O Governo está a tentar “corrigir um problema criado pelo próprio primeiro-ministro”, enquanto autarca, assinalou Vladimir Silves Ferreira.
O responsável do PAICV, que perspectiva um gasto total à volta de um milhão de contos com a construção do Mercado do Coco, reconheceu que a cidade da Praia precisa, “urgentemente”, de um novo mercado, pois as condições de funcionamento do Mercado de Sucupira são precárias e não cumprem com os actuais padrões de segurança, tanto para as pessoas que lá trabalham como para os clientes que frequentam o local.