"O governo informa ao país o falecimento, ontem cerca das 23h00, do paciente de nacionalidade inglesa" que foi "o primeiro caso positivo diagnosticado em Cabo Verde e que desde o dia 19 estava internado e a ser acompanhado nos cuidados especiais na Boa Vista", especificou, o Ministro da Saúde, Arlindo do Rosário.
"A evolução clínica do paciente tinha vindo a agravar-se e infelizmente acabou por ter como desfecho o óbito", acrescentou o ministro, hoje, na conferência de imprensa diária sobre a COVID-19.
Dos outros dois pacientes diagnosticados com infecção pelo novo coronavírus, o turista inglês, companheiro de viagem do malogrado, mantém-se assintomático. A turista holandesa, porém, inspira cuidados e apresenta um quadro de prognóstico reservado.
O teste ao marido da cidadã holandesa, realizado entretanto, teve resultado negativo.
Com esta morte, a primeira causada pela COVID-19 no país, a taxa de letalidade da doença em Cabo Verde situa-se nos 33%.
Enquanto as medidas continuam a ser reforçadas, a nível da Protecção Civil, o ministro disse que "esta é uma luta que podemos ganhar e vamos ganhar. Estamos a lutar contra um inimigo invisível, esperto, que sabe como penetrar as nossas defesas e disseminar-se. Mas nós somos mais espertos, sabemos também como fazer isso, não precisamos de fazer muito. Está tudo nas nossas mãos, nos cuidados e instruções que estão a ser passados nos órgãos de comunicação, nós temos a possibilidade de vencer o coronavírus".
"Vamos reforçar as medidas que têm sido tomadas", concluiu o ministro antes de responder às questões dos jornalistas.
Questionado sobre o reforço de medidas e sobre se a morte do turista inglês iria implicar uma mudança específica direccionada para a ilha da Boa Vista, Arlindo do Rosário explicou que a Estratégia em relação àquela ilha "está bem definida" e que é preciso ter em conta que o coronavírus tem sido mortal "em toda a parte".
"Este paciente tinha factores de risco e que agravaram ainda mais o seu caso. Iremos continuar a fazer o que está preconizado em relação à abordagem terapêutica", disse. "Temos as condições para acompanhar e tratamento de suporte".
Já sobre a questão dos ventiladores e de um possível reforço do número daqueles aparelhos na ilha, o ministro da Saúde explicou que "os ventiladores que temos têm dado resposta".
"O foco", frisou o ministro, não está no tratamento, "está na prevenção" e se for necessária uma mudança na estratégia, esta será feita "na prevenção e essa só é possível se, de facto, tivermos esse engajamento por parte da população".
"Os serviços de saúde mais fortes que existem, a nível mundial, têm tido dificuldades é na parte final que é o tratamento. Então temos de por o foco no início, na fase da detecção e prevenção", concluiu.