Glossário COVID-19 (II parte)

PorNuno Andrade Ferreira,6 abr 2020 6:32

Ajudamos a perceber o significado das palavras que, por estes dias, entraram no nosso léxico comum. Note que as definições exactas e a sua aplicabilidade variam muito de país para país.

Curva epidemiológica

A curva epidemiológica não é mais do que um gráfico que permite visualizar a evolução de um surto epidémico, no caso, o surto do novo coronavírus. A curva soma o total de casos e cruza esses dados com a evolução temporal desde o surgimento do primeiro caso. À medida que o tempo passa, a curva vai aumentando, até atingir um pico – o dia em que se registam mais novos casos. Se não forem tomadas medidas preventivas, o pico é atingido muito rapidamente, com todas as consequências que daí advêm, em particular ao nível dos sistemas de saúde, incapazes de dar resposta a uma demanda muito alta.

As medidas de contenção, como o isolamento profiláctico ou a quarentena, mas também a suspensão das aulas, o encerramento de estabelecimentos comerciais e de espaços de lazer, visa diminuir o ritmo de contágio e, assim, achatar a curva, distribuindo os casos por um período mais longo, para que as unidades de saúde não fiquem saturadas.

Ventilador

Um ventilador é um equipamento médico que auxilia a respiração. No caso dos doentes COVID-19 mais graves, a disponibilidade de um ventilador é fundamental, já que esta é uma doença que afecta o aparelho respiratório, em particular os pulmões. O ventilador ajuda a oxigenar o sangue, quando os pulmões são incapazes de o fazer. Não é à toa que, por estes dias, ouvimos os governos a anunciar a compra em maior ou menor escala de equipamentos do género. As necessidades têm sido muito acima da disponibilidade dos sistemas de saúde.

Apesar de apenas uma pequena percentagem de pacientes desenvolver a doença na sua forma mais grave, como esta é muito contagiosa, atinge rapidamente um número grande de pessoas.

Zaragatoa

A zaragatoa é uma vareta de vidro ou de madeira, na extremidade da qual se prende ou enrola um pouco de algodão – visualmente, faz lembrar um cotonete. É usada tanto para a aplicação de medicação na garganta ou nas fossas nasais, como para a recolha de amostras no tracto respiratório superior. Essas amostras são depois enviadas para análise laboratorial, para despiste de doenças. Este é outro dos produtos que tem tido maior procura internacional, já que é fundamental para a realização de testes à COVID-19.

Máscaras cirúrgicas e respiradores N95

As máscaras e os respiradores tornaram-se símbolos da pandemia pelo novo coronavírus.

As máscaras são projectadas para cobrir a boca e o nariz sem apertar, protegendo contra a exposição e microorganismos, fluídos corporais e partículas grandes no ar. Evitam a projecção de secreções respiratórias de quem as usa, daí que o seu uso seja aconselhado em caso de infecção.

Já os respiradores N95 foram desenvolvidos para reduzir a exposição do usuário a contaminantes biológicos no ar. Formam uma vedação firme sobre a boca e o nariz. São mais eficazes que as máscaras na protecção contra ameaças externas, apesar de não serem infalíveis.

Os especialistas alertam: atenção à falsa sensação de segurança.

Cerca sanitária

A instalação de cercas sanitárias é uma das medidas associadas ao controlo da propagação de epidemias. Como o próprio nome indica, passa pelo isolamento de uma determinada zona do território, impedindo entradas e proibindo saídas. No interior da cerca vigoram também medidas altamente restritivas. As cercas sanitárias são instaladas em áreas fortemente afectadas pela doença, com grande número de casos, que se supõe estarem a crescer de forma descontrolada. O objectivo é evitar que essa situação grave se alastre às áreas limítrofes. 

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 957 de 1 de Abril de 2020. 

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Autoria:Nuno Andrade Ferreira,6 abr 2020 6:32

Editado porSara Almeida  em  12 jan 2021 23:20

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