Começando pela actualização epidemiológica de Cabo Verde, o Ministério da Saúde e da Segurança Social divulgou os resultados dos exames realizados no laboratório de virologia, no dia 9 de Maio, e do total das 117 amostras realizadas 10 deram positivas, todas no concelho da Praia.
Outras 95 análises deram negativo, 63 na Praia (sendo 3 de controlo seguimento), 12 em São Domingos, 15 na Região Sanitária de Santiago Norte e 5 em São Vicente.
A nível nacional, a situação actual é de 246 casos acumulados, 56 recuperados e 2 óbitos.
Entretanto, o presidente da câmara da Praia defendeu que o estado de emergência não deve continuar. Segundo Óscar Santos, em todos os países a média tem sido de 40 a 45 dias, mas na capital já vai para 47 dias.
O autarca reconheceu também que a situação económica da Câmara Municipal da Praia é “muito complicada”, uma vez que a autarquia encontra-se “praticamente há 40 dias sem cobrar as receitas” e a “pagar os funcionários em casa sem produzir nada”.
“Nesta presente conjuntura, acho que já está bom de estado de emergência”, reforçou o autarca praiense.
Quem começa a regressar à normalidade é a ilha do Sal, mas ainda a conta-gotas. Os hábitos mudaram, pois se o estado de emergência chegou ao fim, o vírus ainda espreita a cada esquina e o Expresso das Ilhas ouviu a empresária Nádia Évora e o dirigente desportivo Carlos Moniz sobre os primeiros dias do desconfinamento domiciliar e as perspectivas para o pós covid-19.
Se a ilha regressa paulatinamente à normalidade, a retoma da economia salense, na opinião de Nádia Évora, vai ter ainda que esperar por melhores dias. “Enquanto não tivermos aqui uma retoma de voos internacionais, não haverá retoma económica. O Sal é diferente das outras ilhas que têm um consumo interno muito maior. Aqui no Sal o nível de vida não permite às pessoas irem a restaurantes e os restaurantes vão sofrer muito”.
O dirigente desportivo Carlos Moniz reconhece que a ilha cumpriu na integra todo o período de confinamento domiciliar. “Penso que no geral a população entendeu muito bem o apelo das autoridades nacionais e regionais e prova disso é que a ilha do Sal até hoje não teve nenhum caso”.
É a economia
O presidente em exercício da União Africana, o chefe de Estado da África do Sul, Cyril Ramaphosa, defendeu, este domingo, que a suspensão dos pagamentos da dívida não deve vigorar apenas até Dezembro e pediu um prazo maior.
"Apesar de o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional terem apoiado uma suspensão dos pagamentos da dívida durante nove meses, nós acreditamos, devido à extensão dos danos previstos, que vamos precisar de uma suspensão durante dois anos", disse o chefe de Estado durante uma reunião virtual com os líderes da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral.
As declarações do Presidente em exercício da União Africana e da África do Sul, a economia mais industrializada da África subsaariana, surgem na sequência da discussão pública que tem existido nos mercados financeiros sobre como os governos podem honrar os compromissos e, ao mesmo tempo, investir na despesa necessária para conter a pandemia da covid-19.
A União Africana e Comissão Económica das Nações Unidas para África (UNECA), entre outras instituições, estão a desenhar um plano que visa trocar a dívida soberana dos países por novos títulos concessionais que possam evitar que as verbas necessárias para combater a covid-19 sejam usadas para pagar aos credores.
Covid-19 no mundo
A Rússia registou este domingo 11.012 novos casos de contágio com covid-19, elevando para 209.688 o total desde o início da pandemia.
As autoridades russas dizem que o aumento no número de casos, ao longo da semana passada, é explicado pela multiplicação de testes realizados - 5,4 milhões de acordo com a contagem de sábado - e não por uma aceleração da propagação.
Moscovo, o epicentro da epidemia na Rússia e na Europa, estendeu o confinamento até final de Maio, permitindo que apenas algumas actividades reabram.
No continente africano, e de acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), nas últimas 24 horas, o número de doentes infectados passou de 57.746 para 60.657, e o de mortos subiu de 2.151 para 2.223
O norte de África mantém-se como a região mais afectada pela doença, com 1.243 mortos e 21.536 infectados pela covid-19.
Na África Ocidental há 385 mortos e 17.873 infecções, enquanto a África Austral contabiliza 205 mortos e ultrapassou os 10 mil infectados (10.096).
A pandemia afecta 53 dos 55 países e territórios de África, com seis países – África do Sul, Argélia, Egipto, Marrocos, Nigéria e Gana - a concentrarem cerca de metade das infecções pelo novo coronavírus e mais de dois terços das mortes associadas à doença.
O Egipto é o país com mais mortos (514), em 8.964 casos, seguindo-se a Argélia, que tem 494 mortos e 5.558 infectados.
Marrocos totaliza 186 vítimas mortais e 5.910 casos e a África do Sul conta 186 mortos e 9.420 doentes infectados, continuando a ser o país do continente com mais casos da covid-19.
A Nigéria tem 128 mortos e 4.151 casos, enquanto o Gana tem 22 mortos, mas é o quinto país do continente com mais infectados (4.262).
Apenas o Lesoto e a República Saarauí continuam sem notificar casos da covid-19.
Entre os países africanos lusófonos, a Guiné-Bissau é o que tem mais infecções, com 641 casos, tendo anunciado no sábado a terceira morte devido à doença.
Cabo Verde regista agora 246 infecções e dois mortos e São Tomé e Príncipe tem 212 casos e cinco mortos.
Moçambique conta com 87 doentes infectados e Angola tem 43 casos confirmados de covid-19 e dois mortos.
A Guiné Equatorial, que integra a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), mantém 439 casos positivos de infecção e quatro mortos, segundo o África CDC.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 276 mil mortos e infectou mais de 3,9 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Mais de 1,3 milhões de doentes foram considerados curados.