Numa nota enviada à Inforpress, o SITTHUR explicou que a administração da Cabo Verde Handling mandou distribuir cartas de rescisão de contratos de trabalho a vários trabalhadores, para produzirem efeitos ainda no decorrer deste mês.
Segundo o comunicado, os trabalhadores dessa empresa estão, por um lado, “estupefactos” e, por outro, “revoltados”, com essa iniciativa, nestes tempos de crise e de confinamento que se está a viver no País.
Nesta linha, pediu esclarecimentos do Governo, uma vez que, indicou, a rescisão de contratos de trabalho promovida pela administração da CV Handling “entra em contradição” com as medidas anunciadas de mitigação dos efeitos e das consequências da pandemia, evitando o desemprego e garantindo rendimentos aos trabalhadores e às famílias.
“Nós queremos saber se o Governo deu aval positivo nesta questão, porque não faz sentido aprovar uma lei para depois se verificar o incumprimento das mesmas, por uma empresa”, questionou o secretário permanente do SITTUR, Carlos Lopes, em declarações à Inforpress.
Segundo informou, o SITTHUR já fez chegar a questão ao conhecimento do vice-primeiro ministro e ministro das Finanças, Olavo Correia, e ao ministro dos Transportes, Carlos Santos, pedindo intervenção “para travar esses despedimentos”, mas sublinhou que “lamentavelmente, remeteram-se a um silêncio total sobre o assunto, até este momento”.
O SITTHUR denunciou também que os trabalhadores da Cabo Verde Airlines ainda não receberam o salário referente ao mês de Abril, referindo não compreender esse atraso, sabendo que a esmagadora maioria dos trabalhadores se encontra em lay off.
No seu entender, “esse atraso é incompreensível”, uma vez que “o vice-primeiro ministro e ministro das Finanças fez saber, publicamente, que o Governo já tinha garantido uma solução” para o pagamento dos salários aos trabalhadores da Cabo Verde Airlines para os próximos três meses.
“Os trabalhadores da Cabo Verde Airlines encontram-se numa situação muito difícil, de há bastante tempo a esta parte”, pode-se ler no comunicado.
Por fim, o SITTHUR solicitou à administração da empresa, bem como ao Governo, a “tomarem medidas” para se evitar, no futuro, “a repetição do atraso” no pagamento dos salários aos trabalhadores.