O edil praiense fez estas declarações em entrevista à Inforpress, no âmbito do dia do Município da Praia que este ano celebra 162 anos, sublinhando que a cidade “mudou muito e positivamente” nos últimos anos, com a implementação das políticas de governação municipal.
Este ano, referiu, devido à pandemia do novo coronavírus, todas as actividades foram canceladas, apelando neste sentido ao engajamento de toda a população na luta contra a covid-19 e no cumprimento de todas as orientações das autoridades.
Para o edil praiense, não obstante os ganhos registados nas várias áreas ao longos dos anos, o município enfrenta ainda grandes desafios, destacando o crescimento populacional e da mobilidade urbana como alguns desses desafios que, no seu entender, não se consegue resolver em um mandato.
“Os desafios são vários e não se consegue resolve-los em três ou quatro anos. Estamos a falar de um município que recebe muitas pessoas, ao contrário de outros municípios do país que estão a perder a população”, declarou, afiançando que o ritmo de desenvolvimento deve também ser sentido em outras ilhas, isto porque, sustentou, a Praia sozinha não consegue dar respostas a 500 mil habitantes.
Em jeito de balanço, apontou as obras de requalificação urbana no bairro de Cobom e Fonton, e os investimentos em drenagens na zona norte da cidade, como “obras estruturantes” que mudam completamente os bairros, cria acessibilidade e dá resiliência aos mesmos.
Em termos culturais, prosseguiu, “não há dúvidas que a cidade da Praia deu um salto enorme, com a realização de várias actividades ao longo do ano”, tornando-se assim na capital cultural cabo-verdiana e única cidade a nível nacional que é membro da Rede Mundial das Cidades Criativas da Unesco.
A nível do desportivo, lembrou que a autarquia já construiu cerca de 14 campos relvados, mais de trinta ginásios ao ar livre e que brevemente irá instalar mais cinco parques infantis no município, realçando, por outro lado, a “forte intervenção” da CMP na área social no mandato em curso.
Relativamente à problemática das construções clandestinas, disse que as pessoas estão a aproveitar o período de estado de emergência para construções clandestinas, adiantando que a edilidade tem apostado na sensibilização e dado assistências às famílias com problemas habitacionais.
“Temos um processo, um plano de loteamento que tem que ser aprovado pela Assembleia Municipal e só após a aprovação é que se pode dar os passos seguintes. Mas não há terrenos para todo o mundo, tem que haver critérios muito claros, para ver se as pessoas realmente têm condições”, referiu, acrescentando que a CMP brevemente irá disponibilizar cerca de 300 casas de classe A do projecto Casa para Todos às famílias mais vulneráveis.
Garantiu que tendo em conta a aposta em investimento, dentro de cinco anos a urbe poderá atingir o valor de 1 bilhão de dólar, que transformará por completo cidade da Praia daqui a alguns anos e com um elevado nível de desenvolvimento económico, social e cultural.
“A cidade da Praia é hoje uma cidade mais atractiva e dinâmica, tem os seus problemas, mas se colocarmos na balança acho que muita coisa foi feita num espaço de tempo muito curto. O normal é a cidade da Praia transforma-se rapidamente e acho que temos todas as condições de dizer que daqui a cinco anos essa cidade estará totalmente transformada”, afiançou.
Questionado para quando a conclusão das obras do Mercado Coco, o autarca disse que o referido espaço poderá estar pronto em um ano, mas que isso não significa que será feita a trasladação imediata das vendedeiras do mercado do Sucupira, porque há um conjunto de normas que têm que ser aprovadas.
Informou, por outro lado, que em breve a autarquia irá retomar as obras que estão paradas e que igualmente serão retomadas, ainda que paulatinamente, as acções nas diferentes áreas de intervenção social.
Sem, entretanto, confirmar se será candidato às próximas eleições autárquicas, disse que a autarquia cumpriu grande parte dos objectivos traçados para este mandato, visando garantir o desenvolvimento da capital e aumentar a auto-estima e o nível de vida da população, mas reconhece que ainda há muito trabalho a ser feito.