Óscar Santos, que falava à imprensa após o encontro entre o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, e os autarcas, para tratar das medidas a tomar depois do levantamento do estado de emergência, referiu: “Não sabemos ainda se o estado de emergência vai ser alargado ou não, mas é mais provável que seja alargado, tendo em conta a situação. Não conseguimos dominar ainda”.
O edil completou que a COVID-19 tem revelado uma dinâmica que, praticamente, “surpreende todas as pessoas”.
Para este responsável estão sobre a mesa as hipóteses de desaparecerem ou aumentarem o número de casos, por isso, referiu, em qualquer dos casos, a edilidade está a contar que seja alargado o estado de emergência na cidade da Praia, por, pelo menos, 10 dias.
Quanto a um possível cordão sanitário, Óscar Santos referiu que, logisticamente esta opção “é complicada e difícil” porque as fronteiras para limitar a circulação das pessoas são as estradas, mas “existem outras vias” que podem ser utilizadas", e o seu controlo exigiria uma força policial e militar “enorme” o que, defendeu, não há.
O presidente da CMP relembrou ainda que o cordão sanitário poderá trazer problemas ao abastecimento do mercado do Plateau, feito na sua maioria, com produtos provenientes do interior de Santiago, e que, no seu ponto de vista, é “fundamental para abastecer a população”.
Ainda nas suas declarações, Óscar Santos defendeu que é também preciso começar a pensar no período pós-pandemia. Conforme disse, há que começar a pensar em retomar algumas obras que estavam em curso e que pararam quase todas, em todos os bairros.
O autarca considera que é preciso “começar em força” para, tomando todas as medidas de segurança, aliviar as pessoas para que não fiquem sem trabalho.
“Nos bairros mais periféricos, onde a incidência de pobreza é maior, essas obras vão ajudar e de que maneira, a aliviar a situação difícil que não só Santiago, Praia, mas todo o mundo passa”, disse.
Óscar Santos afirmou que já há uma orientação clara para se arrancar, assim que o estado de emergência for levantado.
A cidade da Praia regista 52 casos de infectados pelo novo coronavírus, num total de 109 casos já contabilizados em Cabo Verde. Outros 53 casos foram registados na Boa Vista, dois no Tarrafal (de Santiago), um em São Domingos, e um em São Vicente. Há dois doentes recuperados, um na Praia e outro na Boa Vista e regista-se um óbito, de um turista que constituiu o primeiro caso de COVID-19 detectado em Cabo Verde.