Segundo Maria da Luz Lima um lote deteriorado de reagentes utilizado nas análises das amostras de casos suspeitos de COVID-19 terá estado na origem da paragem do laboratório de virologia, o que impediu a revelação dos resultados dos testes de PCR tanto de ontem como de hoje.
Maria da Luz Lima especificou que pelo "facto de o laboratório ter detectado alguns reagentes deteriorados", os exames não foram liberados "por razões de segurança".
A presidente do INSP assegurou que "tudo está a ser feito para rapidamente se voltar à normalidade". "Já foram adquiridos mais reagentes e testes e equipamentos de PCR que chegarão em breve a Cabo Verde", acrescentou esta responsável que disse ainda que estes equipamentos e materiais de testes deverão chegar ao país nos próximos dois a três dias e que só então "se retomará o trabalho normal e a divulgação de resultados como era rotina".
Questionada sobre a fiabilidade dos testes e se este episódio não coloca em causa o trabalho já realizado, a presidente do Instituto Nacional de Saúde Pública explicou que "o laboratório funciona sempre com controlo de qualidade e há testes padrão que sempre se têm utilizado". Dessa forma, adiantou, os resultados dos testes "quando são divulgados têm de ter a confiança de que é positivo ou negativo. Tem de se ter essa certeza".
"O laboratório trabalha sempre com dois testes no sentido de fazer o controlo de qualidade. Se um dá positivo o outro faz o controlo antes de se divulgar. Tem de se ter a certeza", juntou.
Quanto à origem dos testes, Maria da Luz Lima referiu que a mesma ainda está a ser investigada, uma vez que Cabo Verde recebeu "testes que foram oferecidos, que foram adquiridos pelo governo, que foram doados. Estamos a trabalhar sobre isso e quando tivermos essa informação, divulgaremos".
Não havendo resultados de testes, Jorge Barreto, Director do Serviço de Prevenção e Controlo de Doenças, anunciou que se registaram, até às 15h00 de hoje, "quatro casos suspeitos, todos do concelho da Praia" e que estão internadas 229 pessoas. O número de pessoas que já tiveram alta manteve-se inalterado.
Quanto ao paciente que está em estado considerado grave, Jorge Barreto esclareceu que a paciente, uma mulher de 65 anos, está a precisar de receber oxigénio "não por ventilação invasiva, mas por máscara" e se mantém em estado considerado grave, mas "não apresentou uma evolução de maior gravidade. Mantém-se estável dentro da sua situação de necessidade de cuidados diferenciados".
O mesmo responsável acrescentou, também, que hoje iria dar entrada no Hospital Agostinho Neto "mais um doente com cerca de 80 anos que tem diabetes e hipertensão e que provavelmente também necessitará de cuidados mais diferenciados, mas ainda vai ser avaliado".