Em declarações à Rádio Morabeza, a responsável de saúde do hospital de São Vicente explicou que a mulher, com mais de 30 anos, foi submetida ao teste rápido que indica a fase inicial da doença e ao teste rápido que detecta anticorpos, numa fase mais avançada.
Ana Brito esclarece que os testes foram realizados porque a paciente começou a apresentar sintomas respiratórios, que segundo a própria teriam começado nos dias anteriores à evacuação.
“Fizemos primeiro o teste rápido de anticorpo total, que deu positivo, e de seguida fizemos outro teste rápido onde fazemos a diferenciação entre os tipos de anticorpos – o de início recente e o que nos indica o tempo em que a doença está e todos deram positivo. Já recolhemos a amostra para a realização do teste PCR na Praia, onde vamos ter a confirmação definitiva”, explica.
“De qualquer forma, é uma doente que tem sintomas respiratórios e um quadro clínico compatível com COVID-19. Foi por isso que fizemos os testes de anticorpo que nos indicam que a paciente, segundo as tabelas actuais, tem uma doença com pelo menos 10 dias de evolução”, afirma.
A senhora, com 28 semanas de gravidez, está isolada e a ser tratada como uma doente com risco de transmissão.
O Sal é uma das ilhas sem registo confirmado de circulação do novo coronavírus. Questionada sobre o protocolo seguido na evacuação e acolhimento da grávida na estrutura de saúde, Ana Brito esclarece que os profissionais usam sempre máscara no atendimento, mas reconhece que caso a evacuação fosse feita de uma ilha com casos confirmados do novo coronavírus o equipamento de protecção individual seria mais rigoroso.
“É claro que vindo de uma ilha com COVID-19, como Santiago ou Boa Vista, o EPI [Equipamento de Protecção Individual] seria muito mais rigoroso. De qualquer forma, as pessoas usavam sempre máscara e luvas do hospital. A senhora foi recebida e internada num quarto isolado na maternidade, não ficou com outras senhoras, e sempre foi tratada por pessoas com máscara e com luvas”, garante.
Mais de 20 pessoas, incluindo profissionais de saúde, estão em quarentena e a ser avaliados para saber qual foi o risco de exposição.
“Todo o pessoal, desde os que foram para o aeroporto, funcionários, médicos, enfermeiros que estiveram mais em contacto com a doente estão a ser avaliados para saber qual o grau de exposição que tiveram. Neste momento podemos contar umas 20 ou mais pessoas que tiveram contacto e agora estamos a classificar a exposição que tiveram”, esclarece.
De acordo com Ana Brito, a senhora, com 28 semanas de gravidez, foi evacuada do Sal para receber cuidados obstétricos na maternidade do Hospital Baptista de Sousa porque começou a desenvolver um quadro obstétrico com uma gravidade moderada – pré-eclâmpsia.
A responsável hospitalar refere que a paciente ainda não foi submetida a cesariana, como inicialmente previsto, apesar de um quadro clínico estável tanto da parte obstétrica, como respiratória.