Corrine Almeida, em declarações à imprensa, explica que a enseada cumpre com vários requisitos para a sua elevação.
“É sítio de interesse científico, entendemos que [a enseada de coral] se enquadra na categoria pelo tamanho reduzido, pela biodiversidade, pela representatividade da biodiversidade da marinha costeira do país, no geral, e em particular daqui da região norte. Por essas e outras razões, entendemos fazer essa proposta”, explica.
“Por outro lado, tem a particularidade de ser dentro da cidade, dentro de uma das mais belas baías a nível mundial e, por conseguinte, há essa necessidade de, pelo menos, proteger um pequeno reduto dessa baía. Existem vários planos de desenvolvimento económico na região. Há necessidade de reservar uma parte onde a biodiversidade esteja protegida”, acrescenta.
Os esforços para a protecção da enseada de corais na Laginha duram há vários anos.
Os ambientalistas têm alertado para o risco da enseada de corais se transformar numa lixeira lamacenta, devido ao desvio para esta zona da enxurrada das chuvas, proveniente de Chã de Alecrim.
A Enseada de Corais da Laginha é considerada uma ferramenta valiosa para conhecimento e divulgação da biodiversidade marinha.
Guilherme Mascarenhas, outro rosto do movimento que pede a protecção do espaço natural, indica que o grupo deverá apresentar em breve um projecto para a protecção da enseada.
“A solução é aumentar a conduta de saída de água para sair após o esporão e trazer simultaneamente nessa conduta a água da Electra, que tem uma salinidade que é o dobro do da água do mar”, refere.
Recorde-se que, em Setembro de 2019, a ENAPOR apresentou, por indicação do Ministério da Economia Marítima, uma proposta de projecto para a protecção da enseada de corais.
O projecto, orçado em cerca de 50 mil contos, consiste no desvio do ponto de saída das águas pluviais que actualmente desaguam na enseada de corais. Não foi indicada a data para um possível início das obras.