Combustível iraniano com destino à Venezuela não foi apreendido em águas de Cabo Verde - Embaixada dos EUA

PorSara Almeida,21 ago 2020 9:49

A embaixada dos Estados Unidos em Cabo Verde esclareceu, em comunicado, que a recente apreensão e transferência de gasolina proveniente do Irão com destino à Venezuela ocorreu em águas internacionais e a operação não tem qualquer relação com Cabo Verde.

A embaixada respondia assim a notícias veiculadas em Cabo Verde e na imprensa internacional.

No comunicado é ainda frisado que “a operação não teve envolvimento das Forças Armadas ou da Guarda Costeira dos Estados Unidos, e nem a presença física de quaisquer autoridades norte-americanas ou a assistência de qualquer governo estrangeiro.”

Conforme explica, esta foi uma operação “relacionada com processos judiciais dos Estados Unidos” e “realizada de acordo com as normas e princípios de direito internacional.”

“À luz de um mandato emitido por um juiz federal dos Estados Unidos em 2 de Julho de 2020, funcionários dos Estados Unidos contactaram os armadores da embarcação e efectuaram a transferência da carga de gasolina para outras embarcações visando o seu transporte posterior para os Estados Unidos onde decorre o processo de arresto no tribunal Norte-Americano”, avança ainda a embaixada.

A apreensão de um carregamento de combustível pertencente ao Corpo dos Guardas da Revolução iranianos e que tinha como destino a Venezuela, ocorreu em Julho e foi confirmada pelos Estados Unidos a 14 deste mês. A apreensão ocorreu por violação das sanções impostas por Washington.

De acordo com o departamento de Justiça, “estas ações representam a maior apreensão de carregamentos de combustível alguma vez realizada provenientes do Irão".

No total, trata-se de 1,116 milhões de barris de petróleo, transportados em quatro navios, que, com a ajuda de sócios estrangeiros que não foram identificados, estão sob custódia dos EUA.

Conforme relembra a Lusa, em Outubro de 2017, os Estados Unidos sancionaram os Guardas da Revolução pelo seu apoio ao terrorismo, em particular na Síria, “bem como as actividades letais do Hezbollah, Hamas e outros grupos terroristas". O valor da carga pode ser encaminha "total ou parcialmente" ao Fundo para as Vítimas do Terrorismo.

A imprensa refere que dois dos quatro navios navegavam por águas de Cabo Verde quando a administração Trump moveu a acção para a sua apreensão. Os outros terão sido apreendidos em Omã.

A notícia foi replicada, mas, conforme esclarece a embaixada dos Estados Unidos, os navios não estavam em águas cabo-verdianas, no momento da apreensão, mas sim em águas internacionais.

Irão nega que navios lhe pertençam

Esta acção alega que o envio dos navios foi organizado por um empresário iraniano com vínculos aos Guardas Revolucionários, através de uma rede de empresas de fachada para evitar a detecção das autoridades norte-americanas, conta a Lusa em notícia datada de 14 de Agosto.

Entretanto, o embaixador iraniano em Caracas, Hojat Soltani, assinalou que os quatro navios carregados de gasolina "nada têm a ver com o Irão".

"Outra mentira e guerra psicológica da máquina de propaganda dos EUA. Os navios não são iranianos, nem o proprietário, nem a sua bandeira, eles não têm nada a ver com o Irão", escreveu Soltani na rede social Twitter, sem mencionar o carregamento.

A apreensão dos navios representa mais um passo da pressão dos Estados Unidos sobre os governos de Teerão e Caracas, contra os quais já impôs várias sanções económicas.

A Venezuela vive uma situação de escassez de gasolina, por isso recebeu nos últimos meses milhões de litros que vêm do Irão, um dos principais aliados.

Os cinco primeiros navios iranianos, com 245 milhões de litros da gasolina, chegaram à Venezuela no final de Maio, sem sobressaltos, relata ainda a Lusa.

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Autoria:Sara Almeida,21 ago 2020 9:49

Editado porSara Almeida  em  3 jun 2021 23:21

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