Actualmente Cabo Verde conta com 42 óbitos por COVID-19. Um número que poderá duplicar até Janeiro se as piores previsões, elaboradas pelo Institute for Health Metrics and Evaluation, se verificarem.
Já o melhor cenário prevê que no mesmo período Cabo Verde registe apenas mais dois óbitos, totalizando 44 mortes até dia 1 de Janeiro do próximo ano.
A diferença de cenários tem relação directa com a utilização de máscaras de protecção individual.
Se a utilização das máscaras se tornar um hábito entre os cabo-verdianos o estudo prevê que o número de mortes estabilize de agora até Janeiro do próximo ano. No caso contrário, em que não há alteração na utilização de máscaras e as medidas de restrição são aliviadas, o IHME prevê que a partir de meados de Novembro o número de óbitos comece a aumentar atingindo o máximo de 84 óbitos em Janeiro de 2021 (ver gráfico 1).
O mesmo acontece com o número diário de mortes.
Tendo em consideração que as medidas restritivas se mantêm e que o uso de máscaras na via pública deixa de ser um dever cívico para se tornar uma obrigatoriedade para todos o período entre Outubro e Janeiro será de relativa calma no que respeita ao número de mortes diárias com o rácio de óbitos por dia a manter-se perto de zero.
No entanto, se o cenário se inverter havendo um relaxamento das medidas restritivas e a diminuição da utilização das máscaras o número de óbitos por dia vai aumentar entre Outubro e Dezembro registando-se uma ligeira diminuição no final do último mês deste ano (ver gráfico 2).
Mas, para que estes resultados positivos se venham a verificar, o estudo defende que o uso de máscaras deve ser massificado.
Os dados recolhidos pelo IHME apontam que, actualmente, 41% da população cabo-verdiana usa máscara sempre que sai de casa. No entanto, o melhor dos cenários tanto no que respeita ao número de mortes como de óbitos diários só será conseguido se esse número subir para 95%.
Outras medidas passam pelo distanciamento social e a redução do contacto humano que, defendem os autores deste estudo “pode provocar uma diminuição do número de infecções para que a utilização de máscaras, testes, isolamento e rastreio de contactos possam funcionar para conter o vírus”.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 980 de 9 de Setembro de 2020.