A preocupação foi manifestada aos jornalistas, na Cidade da Praia, pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, no final da 58ª Sessão Ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que aconteceu por vídeo-conferência, e que teve uma duração de seis horas e meia.
“Os líderes da CEDEAO e africanos no geral, estão preocupados pelo facto de poder haver uma espécie de desigualdades no que respeita o acesso aos meios do combate ou prevenção da epidemia, nomeadamente em relação às vacinas”, revelou, indicando, por exemplo, que os países mais desenvolvidos da Europa, EUA, China e Rússia já iniciaram a aplicação do plano de vacinação.
Segundo Jorge Carlos Fonseca, há uma preocupação da CEDEAO e da União Africana (UA), no seu todo, de desencadearem diligências junto de organizações internacionais e outros tipos de parceiros para que os africanos tenham o mais cedo possível, acesso à vacina, como forma de prevenir e combater e os “efeitos mais devastadores” no plano económico e social no continente.
O Presidente da República garantiu, entretanto, que iniciativas conjuntas para aquisição de vacinas serão feitas pela Comissão da CEDEAO, em contacto com a Comissão da União Africana e as presidências das organizações africanas.
Em relação a Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, indicou que as indicações que tem do Governo e do primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, apontam no sentido de que ainda neste trimestre, o País teria condições para se iniciar a execução do plano de vacinação nacional.
Ainda na reunião de hoje, outras questões foram abordadas, como o estudo que Cabo Verde está a fazer e que deve estar pronto em Fevereiro, para apresentar à CEDEAO as especificidades e particularidades de Cabo Verde como um Estado insular em desenvolvimento, não beneficia dos grandes projectos da organização em matéria de infra-estruturas, como auto-estradas, caminho de ferro, energia e ordenamento de bacias hidrográficas, que beneficiam apenas a região continental.
“Na nossa condição, temos que fazer um grande investimento em infra-estruturas, para um país que é constituído por ilhas e que tem esses constrangimentos todos, aliados ao problema de água, secas recorrentes e esses impactos acrescidos da pandemia na economia do país”, apontou.
Para além de relatórios de 2020 da Comissão da CEDEAO que foi analisado, a conferência serviu para fazer da questão do Mali, dos efeitos da pandemia da covid-19 e o país da organização que vai indicar um nome para a presidência da União Africana.
O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, esteve acompanhada no encontro de pelo ministro dos Negócios Estrangeiros e ministro Adjunto do primeiro-ministro para a Integração Regional, Rui Figueiredo Soares.