"Estamos num processo para receber mais 32 doentes. Os pacientes não estão só na Praia, há outros que se encontravam fora do país que querem regressar", explicou à Lusa Vera Monteira, enfermeira superintendente do Hospital Baptista de Sousa, no Mindelo.
A responsável acrescentou que 51 pacientes já regressaram e estão a ser tratados no centro de hemodiálise, que serve as ilhas do Barlavento.
Inaugurado em 19 de Janeiro deste ano, este centro resulta de uma parceria do Governo cabo-verdiano com o Instituto Camões para evitar evacuações médicas de doentes para o exterior do país, nomeadamente Portugal, ou para a Praia, para a realização de hemodiálise, e permitirá tratar 40% dos doentes cabo-verdianos.
Segundo o diretor clínico do hospital, Paulo Almeida, a nova unidade está a afirmar-se como uma mais-valia do serviço aos pacientes da região de Barlavento, simplificando parte do processo de tratamento.
"Tínhamos muitos doentes que eram da área de Barlavento e que praticamente tiveram de mudar as suas vidas para poderem fazer a hemodiálise na Praia ou fora do país. Neste sentido, foi muito bom para as famílias e para os doentes", explicou o diretor clínico, em declarações à Lusa.
Para a chegada dos outros pacientes, a instituição está neste momento a qualificar os funcionários e, de acordo com a enfermeira Vera Monteira, a aproveitar neste processo a experiência dos profissionais na cidade da Praia, que já lidam com este tipo de tratamento há mais tempo.
"Veio um enfermeiro do Hospital Agostinho Neto [Praia] que está a apoiar-nos na formação dos enfermeiros de cá. Isso já estava estipulado para quando o centro estivesse a funcionar e tivemos ainda que recrutar outros nove enfermeiros porque aqui havia apenas quatro destes profissionais ligados ao serviço de hemodiálise", contou a enfermeira, acrescentando que todos os 13 enfermeiros estão a receber a formação de quatro semanas.
O centro de hemodiálise representa um investimento de 210 milhões de escudos, financiado pelo Governo cabo-verdiano e pelo instituto Camões (em 36%), tendo uma capacidade de tratamento de 19 postos normais e três especiais, com possibilidade de realizar a diálise, quando em pleno funcionamento e num único turno, a 35 doentes.