O acto de lançamento da campanha aconteceu em Fevereiro deste ano, tendo sido, durante o mesmo, vacinadas duas crianças de 10 anos de idade.
Segundo o Ministério da Saúde, o objectivo desta campanha é proteger a saúde da mulher, prevenindo infecções por HPV, que por norma se dão durante o acto sexual. "Daí há necessidade de vacinar as crianças antes da entrada da actividade sexual como forma de contribuir para a redução de cancro uterino”, explica o Ministério.
Em Fevereiro, o Director Nacional de Saúde, Jorge Noel Barreto, já tinha anunciado que na primeira fase apenas meninas de 10 anos de idade serão contempladas com a vacina, embora haja a intenção de alargar a toma para meninas com idade até 13 anos, enquanto o processo não entrar em modo cruzeiro.
A vacina contra o HPV, prosseguiu, requer duas doses para que a criança fique imunizada.
As vacinas agora disponibilizadas custaram cerca de 130 mil dólares ao Orçamento do Estado e contam com o apoio de parceiros internacionais, nomeadamente a UNICEF.
A introdução da vacina contra o HPV no calendário nacional era um intuito há muito assumido por Cabo Verde. A previsão inicial era que essa introdução começasse em Abril, deste ano, mas a pandemia e a organização prioritária da vacinação contra a COVID-19 atrasou o processo.
O Caderno de Saúde da Criança e Adolescente, também lançado em Fevereiro, por seu turno, permitirá a avaliação integral do estado de saúde, pelos técnicos de saúde, assim como o seguimento do desenvolvimento nutricional, neuro-psico-motor e da vacinação, das crianças desde a nascença até aos 19 anos.
Foi em 2006 que surgiu no mercado a primeira vacina contra o HPV. Nesse ano, e durante os dez que se seguiram (em 2016 foi ultrapassado pelo cancro da mama), o cancro do colo do útero foi o carcinoma com mais incidência e aquele que mais matava em Cabo Verde.