Arlindo do Rosário fez esta revelação quando falava no acto de apresentação dos resultados da vacinação contra a covid-19 em São Salvador do Mundo (Picos), no âmbito da visita de três dias do Presidente da República (PR), José Maria Neves, àquele município do interior de Santiago.
O PR pretende com esta visita inteirar-se dos principais desafios deste município do interior de Santiago com uma reduzida base tributária e grande escassez de recursos, problemas que se agravam face aos efeitos da covid-19.
Na ocasião, assegurou ainda que, além da preocupação com a pandemia da covid-19, o País se preocupou também com as doenças crónicas não transmissíveis, diabetes, hipertensão arterial e cardiovasculares.
“Noventa e seis por cento das meninas com 10 anos, a nível nacional, já estão vacinadas contra o HPV”, revelou Arlindo do Rosário, considerando tais dados “importantes”, tendo em conta que o cancro do colo do útero é o quarto tipo de cancro mais comum em mulheres a nível mundial.
De acordo com o Ministério da Saúde, a vacinação contra o HPV para meninas de 10 anos arrancou no dia 16 de Agosto de 2021 a nível nacional e é totalmente financiada pelo Governo, através do Orçamento do Estado, e conta com a parceria do Unicef e da OMS.
A vacina é administrada no braço direito e deve ser em duas doses, com intervalo entre a primeira e a segunda dose de no mínimo 6 meses.
Prevê-se nesta primeira fase vacinar cerca de 4.900 meninas, com 10 anos, e mais tarde, pretende-se alargar a faixa etária e, assim, abranger também as meninas até aos 13 anos.
Apesar do cancro do colo do útero ser actualmente prevenível e tratável, cerca de 300.000 mulheres morrem por ano, e mais de 85% destas mortes ocorreram em países de renda média e baixa, fundamentalmente nas regiões menos desenvolvidas. O cancro do colo do útero é o quarto tipo de cancro mais comum em mulheres a nível mundial.
Os Vírus do Papiloma Humano (HPV), transmitidos por contacto sexual, são responsáveis por 70% dos casos de cancro do colo do útero registados no mundo, e para a sua prevenção foram desenvolvidas e homologadas pela OMS três vacinas eficazes, que permitem a prevenção das lesões pré-cancerosas que, caso não forem tratadas, podem progredir para o cancro do colo do útero, vulvovaginal, bem como as verrugas anogenitais nas mulheres e homens.
Assim com o objectivo de baixar a taxa de morbi-mortalidade por cancro do colo do útero no País, o Ministério da Saúde decidiu introduzir a vacina contra o HPV, numa primeira fase, para as meninas adolescentes, de 10 anos de idade, ou seja, nascidas no ano de 2011, com abrangência nacional, tendo em conta o custo-efectividade e custo-benefício, embora os resultados possam ser visíveis a longo prazo após o início da vacinação.
A vacina que está a ser administrada é a Cervarix Bivalente que protege contra os tipos 16 e 18 do HPV, responsável por mais de 70% dos cancros do colo do útero.
Conforme o Ministério da Saúde, a Cervarix Bivalente é uma vacina segura que já foi administrada em vários países do mundo e de acordo com estudos científicos, ainda não foram comprovados efeitos secundários graves relacionados.
Entretanto, informa que se sabe que pode causar manifestações leves como dor no local da injecção, ligeira inflamação e vermelhão.