Empunhando cartazes com frases como “Fizemos a nossa parte, cumpra com a sua IEFP”, o grupo, através de Zenaida Silva, lembra que há um contrato com a instituição e que apenas estão a reclamar o seu direito depois de oito meses de estágio.
“Estamos aqui porque começámos o nosso estágio profissional, fomos bem recebidos nas empresas, a quem agradecemos, mas fomos como profissionais. Estudámos durante quatro anos e fomos atrás de uma experiência. Só que temos um contrato com o IEFP e recebemos um subsídio para lá estarmos. Fizemos a nossa parte, mas não recebemos. Para ir ao estágio temos de vestir como deve ser, temos que comer. Estamos a reclamar apenas o nosso direito”, refere.
Em São Vicente, segundo os manifestantes, mais de 100 estagiários estão na mesma situação e sem respostas.
“Não temos uma resposta sobre quando vamos receber apesar de estarmos nas empresas sempre a trabalhar e a dar o nosso melhor. Se o Governo não podia pagar era só dizer que o estágio era de graça e apenas os que tinham condições podiam ir. Mas temos um contrato e queremos que seja cumprido”, diz.
Gustavo Silva é cidadão estrangeiro e faz parte do grupo de estagiários com subsídio em atraso. Lembra que há contas por pagar.
“Como chefe de família e estrangeiro tenho as minhas responsabilidades como qualquer pessoa. Infelizmente Cabo Verde não está a ajudar em nada, principalmente o IEFP. Temos as nossas contas – a renda da casa, comida, gás e todos nós temos o direito de receber aquilo que nos devem”, realça.
Os jornalistas presentes no local tentaram uma reação da coordenadora do Centro de Emprego e Formação Profissional de São Vicente, Cláudia Rodrigues, mas, na recepção, foram informados de que a responsável não tinha conhecimento da concentração dos estagiários e que ainda não tinha autorização para falar sobre o assunto.
Em Setembro, através de um comunicado, o IEFP reconheceu problemas no pagamento dos subsídios, totalizando uma dívida no montante de 55 mil contos, para 1500 estagiários.
Na altura, esclareceu que os motivos que causaram os atrasos têm a ver com as fontes de financiamento do programa e com a previsibilidade de entrada de recursos através dos desembolsos da ajuda orçamental.