COVID-19: Pelo menos cinco membros do Governo infectados

PorExpresso das Ilhas, Lusa,5 jan 2022 15:05

O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, revelou hoje que pelo menos cinco membros do Governo foram infectados com o SARS-CoV-2 e que tem o seu gabinete “praticamente parado” por causa de casos positivos nos funcionários.

Em declarações aos jornalistas, na cidade da Praia, após uma comunicação conjunta com o Presidente da República, José Maria Neves, o chefe do Governo deu conta que pelo menos cinco membros do Governo foram infectados, e avançou que a covid-19 está também a afectar os gabinetes.

“Estou neste momento com um gabinete praticamente parado. Está a afectar pessoas de segurança e está a afectar profissionais de saúde, que é onde a acção é muito mais complicada”, afirmou.

Para o primeiro-ministro, quanto menos médicos e enfermeiros o país tiver disponíveis, mais difícil ficará ao sistema de saúde dar resposta, não só para tratar questões relacionadas com a covid-19, mas também para tratar de outras doenças, nomeadamente no serviço de urgência.

Na comunicação, Ulisses Correia e Silva anunciou a contratação de mais pessoal de saúde, nomeadamente enfermeiros, e, tal como o Presidente da República, pediu um “cerrar de fileiras” para dar combate ao novo coronavírus.

O país tem registado nos últimos dias recordes diários de novos infectados com o novo coronavírus, com 1.025 novos casos registados na terça-feira, dia em que confirmou que a variante Ómicron está circular no arquipélago.

Quarenta funcionários do Hospital Doutor Baptista de Sousa infectados

No Hospital Doutor Baptista de Sousa, em São Vicente, há 40 funcionários com covid-19, o que já obrigou à reorganização dos serviços e aumento da carga horária dos restantes trabalhadores, segundo a administração.

Em declarações hoje aos jornalistas na cidade do Mindelo, a presidente do conselho de administração daquele hospital, Ana Brito, explicou que além da pandemia de covid-19 – com aumento exponencial de casos em São Vicente nos últimos dias -, a ilha está a enfrentar outros surtos de “viroses”.

“Ao todo temos cerca de 40 profissionais, das diversas categorias, infectados, o que nos deixa bastante prejudicados no nosso dia-a-dia. Portanto, fizemos a reorganização em termos de escalas, com escalas mais apertadas, mas já sabemos que a convalescença é de sete dias, dos casos leves, e felizmente temos toda a gente do hospital vacinada. E muitos já tomaram a dose de reforço”, assegurou Ana Brito.

As autoridades sanitárias de Cabo Verde confirmaram na terça-feira que a nova variante Ómicron já circula no país, no mesmo dia em que se registou um recorde de 1.025 novos infectados com covid-19 em 24 horas. Destes, 237 casos foram registados em São Vicente, que já conta com mais de 1.000 casos activos da doença neste momento.

“Era esperado porque é um vírus que se propaga bastante rápido, nesta altura toda gente tem mais familiares em casa, toda gente está a comemorar o seu Natal com os familiares. Apesar da vacinação que tem mostrado o seu efeito, porque não temos tido casos muito graves”, declarou a presidente do conselho de administração do Hospital Doutor Baptista de Sousa, que serve várias ilhas do norte do arquipélago.

De acordo com a responsável, destes infectados naquele hospital não há nenhum profissional a necessitar de cuidados especiais ou que esteja internado, pelo que estão a ser acompanhados em casa. Contudo, a situação tem acarretado mais trabalho aos restantes funcionários, que viram aumentar a carga horária, num período que outros surtos, como de gripe, têm vindo a congestionar as urgências do hospital.

“Tem havido muita afluência ao banco de urgência e temos tido algum constrangimento em termos de demora no atendimento. Tanto os médicos, enfermeiros, ajudantes de serviços gerais, como técnicos já estão a fazer muitos esforços porque passam mais tempo no hospital até que os colegas cheguem”, lamentou.

O congestionamento dos serviços, admitiu ainda, tem sido provocado pelo uso incorreto dos serviços de saúde e por isso apela à população a procurar o serviço de urgência apenas nos casos urgentes, fazendo uso dos centros de saúde nas restantes situações.

“Precisamos usar o nosso sistema de saúde de forma organizada e a organização é que quem tem sintomas deve ficar em casa e trata-se como se faz com qualquer gripe, porque a maior parte das pessoas não irão ter mais de uma gripe, com dores no corpo, febre. Recomendamos paracetamol, bastante hidratação, repouso e que liguem para o centro de saúde da sua zona de residência”, disse ainda.

Neste momento, acrescentou Ana Brito, os centros de saúde estão preparados para atender e orientar as pessoas, inclusive para a realização de testes de despiste à covid-19.

A actual conjuntura em São Vicente levou o hospital a aumentar o atendimento na emergência e a diminuir alguns serviços menos urgentes.

“Estamos com menos cirurgias e não suspendemos totalmente porque estamos a manter toda a reorganização adotada anteriormente”, explicou a administradora.

Por isso, diz que o hospital está reservado para os doentes com evolução mais grave da covid-19 e para as pessoas cujos sintomas ultrapassem os cinco dias, que estejam a aumentar e que tenham dor torácica e falta de ar.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Lusa,5 jan 2022 15:05

Editado porSara Almeida  em  2 out 2022 23:28

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