Situada na localidade da Ponta Preta, a nova dessalinizadora, segundo uma nota do Governo de Cabo Verde, conta com apoio do Grão-Ducado de Luxemburgo e visa melhorar a produção de água e reduzir os custos energéticos graças à utilização da energia solar.
Segundo a mesma fonte, a nova estação, que vai juntar-se a duas unidades que operam actualmente, vai permitir melhorar a disponibilidade de água na ilha, passando de uma capacidade de 300 metros cúbicos por dia (m3/dia) para 800 m3/dia.
“Além de melhorar a qualidade da água e a prestação do serviço no abastecimento de água à população da ilha, passando a estar disponível em maior permanência e melhor frequência”, ainda de acordo com o Governo cabo-verdiano.
A nova estação vai beneficiar cerca de 7.000 habitantes do Maio, representando aproximadamente 2.200 famílias, esperando que o abastecimento seja de qualidade e a custos que se prevê também continuem a diminuir na ilha.
Outros impactos directos da estação de dessalinização do Maio, prosseguiu o Governo, é a possibilidade de libertação das actuais unidades, localizadas em Ribeira Dom João e Pedro Vaz, para fornecer água para a prática da agricultura e da pecuária, bem como a potenciação de outras actividades económicas, como a indústria, o comércio e serviços como o turismo.
A nova estação dessalinizadora, um investimento de 989 mil euros, vai permitir ainda a instalação de tecnologias mais avançadas em termos de eficiência energética e um sistema de pós-tratamento que permite a remineralização e a cloração da água, para que seja de melhor qualidade.
A dessalinizadora no Maio foi financiada pelo Luxemburgo, no âmbito do o Programa de Apoio ao Sector de Água e Saneamento (PASEA), que faz parte do IV Programa Indicativo de Cooperação 2016-2020 (PIC IV) entre os dois países, no valor de 13,6 milhões de euros.
Em Cabo Verde, a dessalinização é utilizada há mais de 50 anos e este novo investimento surge numa altura em que o país enfrenta mais um ano de seca, tendo o Governo declarado situação de calamidade no sector agrícola para fazer face aos efeitos.
Actualmente, Cabo Verde tem cerca de 20% de penetração de energias renováveis na rede, e tem vários projectos em curso, como um programa de massificação da microprodução e incentivos fiscais e aduaneiros, para a meta de atingir metade de energias limpas em 2030.