Governo trabalha na formulação de uma estratégia de ratificação do Protocolo sobre o Trabalho Forçado

PorExpresso das Ilhas,1 jul 2022 12:16

O ministro da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social avançou hoje que o Governo está a trabalhar na formulação de uma estratégia de ratificação do Protocolo sobre o Trabalho Forçado, de modo a ter uma noção da realidade actual nacional e identificar as lacunas que podem constranger ou condicionar a ratificação do referido Protocolo por parte de Cabo Verde.

Fernando Elísio Freire avançou esta informação, hoje, no seu discurso de abertura do Atelier Tripartido de Validação do Relatório da Análise Comparativa entre a Legislação e as Práticas Nacionais em matéria de Trabalho Forçado e do Roadmap para a Ratificação do Protocolo à Convenção sobre o Trabalho Forçado, de 2014, por Cabo Verde, realizado na Cidade da Praia.

Segundo o ministro, o Governo de Cabo Verde está ciente de que a luta contra este flagelo “não é fácil”, mas que é premente, passando não só por medidas de prevenção, mas também de repressão e de apoio às vítimas.

“Governo de Cabo Verde reconhece a importância da ratificação do referido instrumento internacional, pelo que está a trabalhar e preparar o caminho para que possa ratificar o Protocolo de 2014 à Convenção do Trabalho Forçado e envidar esforços para que consigamos reunir todas as condições necessárias ao cumprimento dos imperativos decorrentes do mesmo, com vista a prevenção e a repressão do trabalho forçado, tendo a vítima e o seu bem - estar sempre como foco e no epicentro das medidas e mecanismos adotados”, afirmou.

O governante sublinha que Cabo Verde tem o “privilégio” de contar com a “essencial” colaboração dos seus parceiros, nomeadamente da OIT, através do projeto “ Trade for Decent Work”, que se disponibilizou a apoiar o país na formulação de uma estratégia de ratificação do Protocolo sobre o Trabalho Forçado.

“Assim, teremos oportunidade de obter os resultados de um estudo comparativo entre a legislação e prática nacionais e o Protocolo de 2014 sobre Trabalho Forçado, de modo a ter uma noção mais próxima quanto possível da realidade atual nacional, identificar as lacunas que podem constranger ou condicionar a ratificação do referido Protocolo por parte de Cabo Verde. Este estudo permitirá o país definir a sua estratégia para contornar os eventuais constrangimentos e condicionalismos e trabalhar para colocar o país em condições de ratificar o Protocolo e assumir os compromissos internacionais plasmados neste instrumento, pois estamos altamente comprometidos e engajados com a eliminação do trabalho forçado”, explicou.

O ministro acrescenta ainda que o Governo está ciente que combatendo o trabalho forçado estará também a combater o tráfico de pessoas, o trabalho infantil, a exploração sexual, e promover o trabalho digno e o respeito pelos direitos humanos e pela dignidade de todos os Cabo-verdianos.

Por sua vez a representante da União Cabo-verdiana dos Trabalhadores de Cabo Verde – Central Sindical (UNTC-CS), Reisineide Santos, sublinhou que apesar de haver legislação tanto nacional como internacional para fazer face a problemática do trabalho forçado, ainda se verificam flagrantes e violações nesse domínio.

Esta representante sindical exorta as autoridades ligadas ao trabalho, nomeadamente a Direção Geral do Trabalho (DGT) e da Inspeção Geral do Trabalho (IGT) a não medir esforços para impedir que o trabalho forçado seja uma realidade laboral Cabo-verdiano.

“Dessa forma, concluímos que para a UNTC - CS, o novo protocolo deve ser ratificado por Cabo Verde para poder reforçar a Convenção 29 sobre o Trabalho Forçado. Contudo, apelamos às autoridades do trabalho, a saber a IGT e a DGT para exercerem uma maior ação fiscalizadora junto das entidades patronais para que o trabalho forçado não venha afirmar - se no meio laboral Cabo-verdiano. A UNTC - CS, como defensor dos direitos dos trabalhadores, estará atento a possíveis violações dessa convenção e zelará para o seu cumprimento efectivo”, acrescentou.

O Atelier Tripartido de Validação do Relatório da Análise Comparativa entre a Legislação e as Práticas Nacionais em matéria de Trabalho Forçado e do Roadmap para a Ratificação do Protocolo à Convenção sobre o Trabalho Forçado, de 2014, por Cabo Verde, contou com a participação da embaixadora da União Europeia em cabo Verde, Carla Grijó, bem como os representantes das organizações de trabalhadores e empregadores.

De recordar que o projeto Trade for Decent Work é um projeto global que visa a melhoria da aplicação das normas internacionais do trabalho, fornecendo a capacidade necessária ao Governo e aos parceiros sociais para enfrentar os desafios e tomar medidas concretas para cumprir com a Agenda do Trabalho Digno e a Agenda 2030 dos objectivos de Desenvolvimento Sustentável.

Concorda? Discorda? Dê-nos a sua opinião. Comente ou partilhe este artigo.

Autoria:Expresso das Ilhas,1 jul 2022 12:16

Editado porAndre Amaral  em  20 mar 2023 23:26

pub.

pub
pub.

Últimas no site

    Últimas na secção

      Populares na secção

        Populares no site

          pub.