Esta informação foi avançada pelo director nacional da Educação (DNE), Adriano Moreno, que garantiu que tudo está a postos para que o ano lectivo 2022/2023 inicie com toda a “normalidade” sob o signo da “Resiliência e Confiança por uma Educação de Qualidade” e cuja abertura oficial acontece este ano na ilha do Fogo.
“Estamos a perspectivar um ano lectivo dentro da normalidade e os professores vão ter duas semanas de preparação antes de iniciar o ano lectivo”, disse, assegurando que tudo está a postos para receber os professores e alunos nas escolas.
Os professores, segundo disse, vão começar a trabalhar e a ser colocados nos respectivos agrupamentos a partir de segunda-feira, 5, enquanto que algumas escolas estão a ser pintadas, reabilitadas e devidamente equipadas para o arranque do ano lectivo e para uma escola mais “apetecível” possível.
Neste ano em que 4.098 professores vão trabalhar no Ensino Básico e 2.168 no Secundário, conforme o DNE, as formações para as preparações metodológicas para que os docentes preparem os programas iniciam-se no dia 05 de Setembro.
“Está prevista a contratação de 370 professores neste ano lectivo, isso devido às aposentações, licenças sem vencimentos e rescisões de contratos”, expôs, afirmando que até 2023 o ministério pretende resolver todas as dependências com os docentes já que se trata de um direito adquirido.
Adriano Moreno afirmou ainda que as novidades neste ano lectivo vão acontecer, sobretudo, a nível do Ensino Secundário, já que a reforma do Ensino Básico terminou, mais concretamente a nível do 10º onde os alunos podem escolher as áreas de ensino.
“A primeira novidade é que vão ter de escolher as áreas e estudar, por três anos, a escolhida em vez de dois anos. A outra novidade é termos a disciplina de matemática em todas as áreas”, revelou, assim como a disciplina da Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) a iniciar-se no 5º a 8º ano como modelar, e 9º a 10º ano como disciplina obrigatória.
Como enriquecimento curricular a nível da língua, para além do Francês e Inglês, os alunos, explicou Adriano Moreno, podem optar pelo Mandarim ou Espanhol. Ainda no 10º ano, adiantou, está a introdução opcional da língua e cultura cabo-verdiana.
Isto porque, explicou, o sistema educativo valoriza tudo que é história e cultura cabo-verdiana, sustentando que se deve incutir aos jovens a identidade nacional, daí a introdução, a nível do currículo, da História e Geografia de Cabo Verde a partir do 5º e 6º ano de escolaridade.
Referindo-se à estruturação das escolas, salientou que há sempre algo a ser melhorado e que após a organização em agrupamentos este ano o sistema vai ser avaliado para se saber o que melhorar.
“Em alguns concelhos o sistema de agrupamento funcionou melhor do que em outros, mas este ano vamos fazer um levantamento para, lá onde não funcionou bem, fazer uma melhor correcção”, acrescentou, sublinhando ainda que este ano lectivo o Ministério da Educação quer ter uma maior participação dos pais e encarregados de educação na vida escolar dos filhos.
No que respeita ao docente e como forma de fiscalização, já que o Ministério da Educação tem se deparado com casos de violação sexual contra menores, Adriano Moreno, avançou que a contratação é feita de forma rigorosa, sublinhando que estão atentos a estes casos cuja tolerância é zero.
“Neste momento temos equipas trabalhadas e formadas nas escolas no sentido de poderem denunciar casos que possam existir”, enfatizou.
Quanto ao ano findo, o DNE classificou de “muito bom”, sustentado ter tido um engajamento total dos professores de Santo Antão à Brava apesar da situação da covid-19.
“Tivemos uma taxa de aprovação no Ensino Básico de 83,9%, de reprovação de 15% e uma taxa de abandono de 0,9%. A nível secundário a taxa de aprovação foi de 73,7%, reprovação de 24,8% e o abandono de 1,5%”, indicou.
As meninas como sempre, prosseguiu, têm vindo a ter melhor resultados que os rapazes, pelo que o ministério pensa apelar a estes, numa parceria com o ICIEG (Instituto Cabo-verdiano para Igualdade e Equidade de Género), no sentido de consciencializá-los para estudarem em pé de igualdade com as meninas que também estão em todas as áreas da via técnica.