Transportes marítimos: Renegociação do contrato de concessão decorre "ao mais alto nível". CVI confiante.

PorLourdes Fortes, Rádio Morabeza,7 nov 2022 18:11

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​O presidente do conselho de administração da Cabo Verde Interilhas (CVI) afasta o cenário de ruptura do contrato de concessão e enaltece a forma como têm decorrido as negociações "ao mais alto nível" com o governo, para a resolução da questão financeira.

Em entrevista exclusiva à Rádio Morabeza, Jorge Maurício assinala o desequilíbrio económico-financeiro da concessão como o ponto-chave dos problemas enfrentados neste momento pela empresa.

“O desequilíbrio económico-financeiro tem a ver exactamente com o pagamento das indemnizações compensatórias que não são feitas a tempo, isto provoca uma aflição terrível de tesouraria da empresa, o que dificulta muitas vezes até o cumprimento da própria programação. Eu não gostaria de avançar números neste momento, porque isto tem sido muito discutido. Aqui importa realçar uma coisa: estamos a trabalhar ao mais alto nível e o governo tem sido muito aberto a resolver praticamente todas as questões”, explica.

O governo e a CVI renegoceiam o contrato de concessão, materializando a revisão do documento assinado em 2019.

Em Julho, a CV Interilhas anunciou uma dívida de 9,5 milhões de euros por parte do Estado referente à concessão. O valor, entretanto, não foi assumido pelo executivo que, desde então, através do ministro do Mar, fala na realização de uma auditoria para “validação das contas”.

A questão da sustentabilidade da empresa ao longo prazo, segundo Jorge Maurício, é um dos pontos que marcam as negociações.

“Há abertura das partes, várias coisas já foram resolvidas e estamos todos os dias a trabalhar. Estamos a trabalhar no sentido de as partes encontrarem soluções, isto é que é importante, encontrarmos pontos de equilíbrio, para neste momento estabilizamos a concessão e depois entrarmos numa rota de sustentabilidade também da própria operação”, afirma.

No âmbito das negociações, o governo estará a analisar a possibilidade de alterações nos preços do transporte de mercadorias e passageiros.

Jorge Maurício acredita que a alteração das tarifas, aliadas à regularização das dívidas do Estado à concessão são variáveis que poderão alterar o quadro financeiro da CVI e assegurar a sua estabilidade financeira.

“Claramente esta é uma equação que tem valores muito claros. Há uma operação que custa X, ela é deficitária, deve ser compensada do ponto de vista da indemnização compensatória. A indemnização compensatória pode ser mais ou menos, em função daquilo que o tarifário também puder ser, ou seja, se tivermos mais tarifa, teremos menos indemnização compensatória. Quanto maior for o tarifário, mais real, e mais ajustado ao mercado, menor será a indemnização compensatória”, refere.

A entrevista na íntegra poderá ser lida na edição desta semana do Expresso das Ilhas. Também poderá ser ouvida, esta sexta-feira, no programa Panorama 3.0, da Rádio Morabeza.

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Autoria:Lourdes Fortes, Rádio Morabeza,7 nov 2022 18:11

Editado pormaria Fortes  em  30 jul 2023 23:29

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