Segundo a comissão de inquérito, a grande maioria das gestantes tinha uma gravidez com risco aumentado para parto pré-termo, pelos antecedentes, e foram seguidas nas estruturas primarias de saúde e todas tinham indicação para seguimento na consulta de alto risco para grávidas.
O relatório que foi apresentado pela Gineco-obstetra, Iolanda Landim, aponta que a assistência pré-natal foi cumprida; a qualidade e segurança da assistência durante o internamento do ponto de vista técnico e humano das mães e dos recém-nascidos foi razoavelmente satisfatória.
“São recém-nascidos prematuros e prematuros extremos que poderão ter falecido por sepse neonatal tardia”, disse.
Entretanto, o relatório recomenda reforçar acções de capacitação na área da comunicação, humanização, liderança dos profissionais; elaborar um plano anual de actualização/supervisão do cumprimento dos protocolos nacionais.
Também é recomendado ao HBS promover a cultura de discussão interna dos óbitos não esperados e dos casos de não conformidade; promover a integração do psicólogo nas equipas, melhorando a assistência aos pacientes.
“Melhorar a articulação e a interface entre os serviços da atenção primária, secundária e terciária; Reforço a nível dos recursos humanos por forma a melhorar a qualidade na prestação dos cuidados; Melhorar a comunicação entre o serviço e os pacientes no sentido a tonar mais eficaz e eficiente”, sugeriu.
A sepse neonatal é um conjunto de sinais e sintomas resultado de um quadro de infecção ou isolamento de um patógeno no sangue de um recém-nascido, com pelo menos até 28 dias de vida.
Para essa investigação, o Ministério da Saúde informou que nomeou uma equipa de especialistas nas áreas de gineco-obstetrícia, neonatologia e enfermagem, composta por profissionais do Hospital Agostinho Neto e da Direcção Nacional da Saúde.
O caso foi noticiado em Maio pelo jornal local Mindelinsite, indicando que os cinco recém-nascidos faleceram no espaço de duas semanas no Hospital Dr. Baptista de Sousa, que também abriu um inquérito para apurar as causas.
Em Fevereiro, a directora do Serviço de Neonatologia do HBS, Cátia Costa, confirmou a morte de outros cinco bebés recém-nascidos no mês anterior, esclarecendo que as causas foram prematuridade e malformações congénitas.
As explicações foram dadas após conferência de imprensa PAICV, a denunciar um “aumento crescente” de mortes de recém-nascidos naquela unidade hospitalar na segunda ilha mais populosa do país.