Paulo Veiga iniciou o discurso na sessão solene de comemoração dos 48 anos da Independência de Cabo Verde salientando que a independência não foi um presente, mas sim uma aspiração e uma vitória conquistada pelo povo de Cabo Verde e reconheceu o papel fundamental de várias gerações de cabo-verdianos anónimos, poetas, escritores, jornalistas, políticos e intelectuais na construção do sonho da independência.
O líder parlamentar mencionou nomes como Eugénio Tavares, Pedro Cardoso, José Lopes, Amílcar Cabral, Baltazar Lopes da Silva, Leitão da Graça e Teixeira de Sousa, entre outros, que deixaram sua marca na história cabo-verdiana e contribuíram para que o sonho da independência se tornasse realidade.
“Não podemos continuar a permitir que partidos políticos se apropriem de emblemas nacionais para justificar uma legitimidade histórica que não possuem. É uma exigência de respeito desses símbolos e de garantia de pluralismo. Apesar de só ter nascido em 1975, orgulho-me de que muitos valorosos militantes do meu partido tivessem estado nas fileiras da luta pela independência de Cabo Verde e, mais tarde, na luta pelas liberdades civis”, disse.
Paulo Veiga abordou também a importância de fortalecer a democracia e enfrentar as ameaças do populismo e do autoritarismo, e sublinhou que a insatisfação dos cidadãos com o funcionamento do sistema democrático tem impulsionado a ascensão do populismo em várias partes do mundo, incluindo Europa, Américas e África.
“Há alguns sinais de populismo entre nós. Hoje, a noção de que ser democrático é saber conviver com todas as ideias e que todos os eleitos merecem o mesmo respeito está fundamentalmente errado: há propostas e atitudes políticas que vão contra a declaração universal dos direitos humanos e não é o facto de haver quem nelas vote que as torna aceitáveis” alertou.
O deputado elogiou o governo liderado por Ulisses Correia e Silva pelas reformas em instituições reguladoras e fiscalizadoras, para promover a transparência governamental e combater a corrupção.
Segundo Paulo Veiga, o objectivo é tornar a administração pública isenta, imparcial e independente de influências partidárias, o que posicionaria Cabo Verde como um país pioneiro e mais competitivo na escala global.