“A expectativa é grande, porque a JMJ é um momento ímpar na vida dos jovens. É um encontro de fé, cultura e uma oportunidade única para ouvir de viva-voz aquilo que o Santo Padre tem a dizer, não apenas o que está escrito na encíclica Apostólica”, considera Daniel Vaz.
O processo de preparação foi intenso, com formações espirituais e práticas que visam oferecer aos peregrinos ferramentas para uma convivência harmoniosa e respeitosa durante a jornada.
“Temos formações sociológicas, treinamento de relacionamento interpessoal e de fala em público. É essencial que os peregrinos estejam preparados para conviver em conjunto, respeitando suas diferenças e tratando uns aos outros com bondade”, acrescentou o Diácono.
A organização contou com a colaboração do Comité Organizador Local (COL) da JMJ em Lisboa e do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal para assegurar as marcações dos vistos necessários.
“Nós fizemos um pacote completo para a estadia dos peregrinos em Portugal durante aproximadamente 15 dias, abrangendo uma semana de pré-jornada, a semana da JMJ e uma semana de pós-jornada. Cada peregrino pagou um total de 120 contos”, explicou o Diácono Daniel Vaz.
Quanto à selecção dos jovens participantes, a ênfase foi na abertura para todos quantos desejavam participar.
“O Santo Padre expressou claramente que todos os jovens que quisessem ir à jornada poderiam fazê-lo, independentemente da idade. Abrimos as inscrições para todos os jovens de idade e de espírito, sem limite de idade, desde que estivessem em condições e com visto emitido”, ressaltou.
Retorno
Em relação às expectativas sobre o retorno dos jovens após a jornada, o Diácono salientou a importância de assumir um comportamento adequado e cumprir o prazo de estadia em Portugal, já que o não cumprimento das regras estabelecidas pode levar a consequências sérias.
Entretanto, mostrou-se confiante no regresso de todos aqueles que vão participar na JMJ.
“A Igreja forma-nos para a integridade e disciplina. É essencial sermos responsáveis e não invadirmos o espaço alheio sem permissão. Todos os peregrinos que cumprirem as normas e as condições estabelecidas para a viagem estão autorizados a participar plenamente. Quem optar por permanecer além do período permitido terá de arcar com as consequências dessa decisão”, frisou.
O Diácono enfatizou a importância de representar bem o país e de os jovens serem transformados pela experiência. “Vamos levar a nossa bandeira, nossa cultura e a nossa vivência de fé para representarmos bem Cabo Verde. Acredito que os jovens regressarão transformados, prontos para compartilhar suas experiências com aqueles que não puderam estar presentes e para entusiasmar outros a participar na próxima jornada”, afirmou.
A partida da primeira leva de peregrinos está prevista para os dias 25, 26, 27, 28 e 30 de Julho, com o retorno programado para os dias 11, 13 e 15 de Agosto.
Expectativas do evento
José António Lopes Tavares, de Cancelo, Nossa Senhora da Luz, comenta sobre suas expectativas: “É a primeira vez que vou sair do país. Espero que sejamos bem recebidos e que eu possa realizar o meu sonho de ver o Papa de perto. Estou ansioso para viver essa experiência e fazer novas amizades.”
Silvânia Pereira, de São Salvador do Mundo, também expressou sua emoção: “Espero que a jornada seja um encontro marcante com todos os jovens e que fique para sempre nas nossas memórias. É um sonho de muitos anos participar da JMJ e ver o Papa. Vou representar bem o meu país e trazer essa experiência para os que ficaram.
PR incentiva peregrinos a se inspirarem nas mensagens do Papa
O Presidente da República, José Maria Neves, incentivou os jovens peregrinos a se inspirarem nas mensagens do Papa Francisco durante sua participação na XXVIII Edição da JMJ em Portugal.
Durante um encontro com a delegação do Secretariado Diocesano da Juventude, na passada sexta-feira, o Presidente lançou esse desafio, ressaltando a importância de representarem dignamente Cabo Verde no evento que será realizado em Lisboa, de 1 a 6 de Agosto.
“Vocês serão os representantes de Cabo Verde e espero que representem o país de maneira exemplar. O Papa Francisco tem sido uma fonte de inspiração não apenas para o mundo, mas especialmente para a juventude. Espero que os jovens possam inspirar-se nas mensagens do Papa e, ao retornarem a Cabo Verde, possam contribuir para tornar a nossa sociedade mais fraterna e amigável, seguindo as palavras do Papa”, declarou o Presidente.
O Chefe do Estado também destacou que os jovens participantes na jornada são verdadeiros embaixadores de Cabo Verde neste evento internacional.
Ao retornarem ao país, o Presidente enfatizou que deverão compartilhar suas experiências e conhecimentos adquiridos durante a jornada com outros jovens, contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento da juventude cabo-verdiana.
A Jornada Mundial da Juventude é um encontro de jovens de todo o mundo com o Papa. Acontece todos os anos a nível diocesano por altura do Domingo de Ramos e, a partir de 2021, no Domingo de Cristo Rei.
A cada dois, três ou quatro anos ocorre como um encontro internacional, numa cidade escolhida pelo Papa, sempre com a sua presença. Reúne milhares de jovens para celebrar a fé e a pertença à Igreja.
Ao longo de uma semana os jovens provenientes de todo o mundo são acolhidos, na sua maioria, em instalações públicas (ginásios, escolas, pavilhões) e paroquiais ou em casas de famílias.
Além dos momentos de oração, partilha e lazer, os jovens inscritos participam em várias iniciativas organizadas pela equipa da JMJ, em diferentes locais da cidade que a acolhe. Os pontos altos são as celebrações que contam com a presença do Papa, tais como a cerimónia de acolhimento e abertura, a via-sacra, a vigília e, no último dia, a missa do envio.
A XXXIII Jornada Mundial da Juventude é um evento religioso que irá decorrer na cidade de Lisboa, em Portugal entre os dias 1 e 6 de Agosto de 2023, e foi anunciada pelo Papa Francisco em 27 de Janeiro de 2019, ao final da missa que assinalou o final da XXXII Jornada Mundial da Juventude, no Panamá.
A organização estima que estarão em Lisboa entre um milhão e 1,5 milhões de pessoas ao longo da semana da Jornada e também na semana anterior, em que os jovens estarão nas várias dioceses do país.
Estima-se que, no total, a JMJ vá custar cerca de 160 milhões de euros. Pelos últimos números divulgados pela organização, até ao início de Julho, 313 mil peregrinos, de 151 países diferentes, haviam finalizado o seu processo de inscrição.
A Espanha lidera o ranking de países, com 58.531, seguida da Itália, com 53.803, França (41.055), Portugal (32.771) e Estados Unidos da América (14.435).
Quanto aos países africanos de língua oficial portuguesa, e de acordo com informações que têm sido divulgadas localmente, de Angola são esperados 1.500 peregrinos, Cabo Verde 900, São Tomé e Príncipe 700 e Moçambique 600.
Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1130 de 26 de Julho de 2023.