A informação foi avançada à Inforpress pela presidente do conselho local da Cruz Vermelha do Sal, Ivanilda Vaz, salientando que, apesar de “algumas burocracias”, os donativos já começam a chegar aos poucos.
“Aproveitamos para agradecer todas as pessoas, empresas e associações que têm contribuído com a Cruz Vermelha, para ajudar-nos a dar resposta àquilo que é o quadro do momento”, frisou.
Ivanilda Vaz salientou ainda que, “felizmente”, na ilha do Sal, os privados estão sempre prontamente a ajudar em situações do tipo, mas acautela em dizer que ao invés de sobrecarregar as empresas e mesmo a sociedade, já deveria ter sido criado um orçamento para fazer face a estas crises.
“Não podemos sobrecarregar os privados e a sociedade para dar resposta a uma crise humanitária, quando em um sentido mais amplo, já deveria ter um orçamento destinado a situações do tipo e que também deveria ser tratado de forma mais célere para responder à tal situação”.
“Nesta situação temos conseguido dar respostas e ajustar sempre que houver necessidades. Como ainda não temos o prognóstico exacto de até quando estes sobreviventes vão ficar na ilha, temos estado a gerir conforme vão chegando as ajudas”, afirmou a presidente.
Entretanto esta responsável reforça os apelos, para que as empresas, associações e pessoas singulares, continuem a apoiar a Cruz Vermelha nesta conjuntura que aflige o mundo todo.
Neste momento, dos 38 sobreviventes resgatados depois de um mês à deriva numa piroga na qual partiram da costa norte do Senegal, com o objectivo de chegar à Europa, 33 estão estáveis e alojados numa das escolas da ilha, e cinco seguem internados, estando um em estado mais crítico, que conforme informações deverá ser transferido para a cidade da Praia.
Em entrevista à Inforpress, o responsável da comunidade senegalesa, Medoune Naiaye, que durante estes dias tem servido de intermediário para se saber os detalhes desta tragédia, avançou que estes sobreviventes estão a recuperar-se bem, regozijando com os esforços feitos pelas autoridades locais neste sentido.
Quanto aos familiares no Senegal, a maioria já conseguiu entrar em contacto com estes, que diariamente estão em contacto com o representante para saber do quadro de saúde e das medidas a serem tomadas.