Em declarações à RCV, Maria de Brito Monteiro, do Sindicato dos Transportes, Comunicações e Administração Pública (SINTCAP), afirmou que, não obstante a insistência dos sindicatos e os seus argumentos, constatou-se que o Ministério “não se comprometeu a resolver as questões cruciais para a classe durante o ano de 2024”.
“Pelo que manifestamos aqui o nosso descontentamento. Não descartamos a hipótese de greve ainda este ano. Nós vamos ouvir os profissionais de saúde, levar essas informações e auscultá-los. Tudo vai depender da posição dos profissionais de saúde a nível nacional", apontou.
Por sua vez, o representante do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (SINTAP), Tito Rodrigues, referiu que as diferentes classes profissionais do sector têm reinvindicado algumas questões há vários anos e que têm tido, por parte do Ministério da Saúde, uma postura de adiamento contínuo.
“Nós queremos que o Ministério assuma que esses problemas, todos são prioritários e que deverá haver uma solução já incluída no Orçamento de Estado para 2024. Nós queremos garantias em 2023", afirmou.
Segundo a Rádio Pública, no que diz respeito aos resultados do encontro, ficou acordado que o Ministério da Saúde deverá enviar aos sindicatos, até 8 de Dezembro, o impacto da proposta do salário base da carreira médica e de enfermagem, cálculos de impactos financeiros da aplicação da lei sobre as remunerações acessórias do pessoal de apoio operacional e da proposta da regulamentação da carreira médica.
Os sindicatos, por sua vez, ficaram com o compromisso de enviar ao Ministério da Saúde, até 20 de Dezembro, propostas de regulamentação da carreira dos enfermeiros e de criação da carreira técnica.
A ministra da Saúde reuniu-se com manteve um encontro de diálogo com os seis sindicatos que no passado mês de Setembro assinaram e apresentaram ao Ministério, um caderno reivindicativo relacionado com os profissionais do sector da saúde, nomeadamente o SINTAP, SINTCAP, SISCAP, SICOTAP, SLTSA E SINMEDCV.
Num comunicado de imprensa, o Governo informou que a Ministra da Saúde, Filomena Gonçalves, avançou que no orçamento para 2024 está previsto a contratação de mais de cinco centenas de profissionais.
A governante também garantiu que o executivo está a enveredar os esforços para regularização da situação com os contratos precários e que a questão dos recursos humanos da saúde constitui uma prioridade deste Governo que tem estado a trabalhar para aumentar o número de médicos especialistas nas estruturas.