Eliane Soares falava, na tarde deste sábado à Inforpress, à margem de uma tarde culturaldedicada à sensibilização sobre o cancro de mama e próstata realizada no pátio da Delegacia de Saúde de São Vicente.
“Temos uma consulta de homens nos centros de saúde, e vemos que com o tempo, a procura tem sido maior. Temos observado que tem aumentado o número de pessoas que desejam fazer o seu antígeno prostático específico (PSA) para ver como a saúde está. Existem dados, que não consigo precisar agora, que indicam que há uma procura, e que o número de homens está a aumentar, embora lentamente”, assegurou.
Segundo a médica, esse aumento deve-se às acções de sensibilização que a estruturas de saúde tem feito, embora reconheça que o toque rectal para despiste de cancro de próstata ainda é um tema tabu entre os homens.
“O despiste de cancro de próstata é um tabu, mas já estamos a encontrar maior abertura das pessoas. Ontem, estava numa empresa em que um homem falou abertamente que anualmente faz o seu toque retal. Isso é para vermos que, às vezes pensamos que essas sensibilizações não estão a dar frutos, há aumento da procura dos homens nas estruturas de saúde e vai-se tendo a desmistificação relativamente a esse assunto”, argumentou Eliana Soares.
Sobre a realização da tarde cultural, a médica explicou que aconteceu com objectivo de mostrar às pessoas que o cancro é um tema que pode ser falado em todos os lugares, que as consultas para detectar cancro de mama e de próstata devem ser feitas ao longo do ano, não somente nos meses de Outubro e Novembro.
“O nosso objectivo é relembrar as pessoas da necessidade de procurarem as estruturas de saúde para fazerem o rastreio atempadamente porque esses tipos de cancro têm uma probabilidade de cura acima dos 90 por cento (%) se forem detectados atempadamente”, informou.
De acordo com dados divulgados em folhetos informativos pelo Ministério da Saúde e da Segurança Social, o cancro da próstata é o tipo mais frequente e em Cabo Verde é uma das primeiras causas de morte.
A mesma fonte informou que em Cabo Verde estima-se que o cancro do colo do útero seja a terceira neoplasia maligna mais comum entre as mulheres, sendo superado pelo cancro de pele e pelo cancro de mama.