PAICV critica gestão da ministra da Saúde. Governante disposta a pacto para o sector

PorAndré Amaral,4 nov 2024 9:05

Josina Freitas, deputada do PAICV, defende que a situação do sector da Saúde, a nível nacional, “é alarmante”. Ministra garante que governo está disposto “a ouvir e a trabalhar com todos”.

PAICV, pela deputada Josina Freitas, disse esta terça-feira, na interpelação ao governo no parlamento, que “a situação do sector da Saúde é alarmante”.

“A realidade dos cabo-verdianos é muito diferente do que o que o governo tem pintado”, acrescentou a parlamentar do PAICV que reforçou ser “inaceitável que enquanto o governo faz anúncios de progressos de cuidados primários robustos, a realidade é que os Centros de Saúde que antes estavam abertos aos fins-de-semana e feriados estão agora a trabalhar no horário laboral”.

A razão, disse a deputada do maior partido da oposição, é “que este governo suspendeu os pagamentos dos enfermeiros” que trabalham naquelas unidades de saúde.

A deputada prosseguiu a sua intervenção no parlamento acusando o governo de “ignorar a realidade do nosso Sistema de Saúde” e questionando o governo sobre “quais são as metas reais do governo” para o sector da Saúde.

A parlamentar do PAICV questionou igualmente a ministra sobre a construção, várias vezes anunciada pelo governo, de “um hospital de referência”. “Em que fase está?”, questionou a deputada.

Outro ponto abordado por Josina Fortes foi o dos protocolos de cooperação na área da Saúde lembrando que “há dois anos a ministra anunciou que estava em negociações com o Senegal e Marrocos e não temos qualquer informação concreta sobre o andamento das negociações.

A parlamentar do PAICV questionou igualmente a ministra da Saúde sobre a criação de “uma unidade de quimioterapia”, anunciada pelo governo em 2021, na região norte do país “prometendo que isso iria trazer uma melhoria no sector e também uma redução de custos. Uma ideia reforçada em 2022 e, entretanto, nada”.

Também a conclusão das obras do centro ambulatorial do Hospital Baptista de Sousa, em São Vicente, foi abordada pela deputada do PAICV que lembrou que as obras estão paradas e “permanecem uma miragem e com uma derrapagem de quase 100% do valor inicial da obra. Assim como a situação do Centro de Saúde de Monte Sossego, que também continua sem qualquer avanço, ou Centro de Saúde de Santa Catarina do Fogo, todos eles com financiamentos. Tudo isto demonstra a total ausência de responsabilidade e compromisso por parte deste Governo. Os cabo-verdianos merecem um sistema de saúde funcional e eficiente, que atenda às suas necessidades básicas com dignidade”, declarou a deputada do PAICV.

Pacto Nacional para a Saúde

Por seu lado, a ministra da Saúde, Filomena Gonçalves, recordou que Cabo Verde tem sido “alvo de avaliações que nos ajudam a evoluir e a melhorar” e assegurou que o governo está “disposto a ouvir e a trabalhar com todos num debate transparente”.

A governante defendeu um pacto nacional para o sector da Saúde que tenha “uma visão de longo prazo, acima de ciclos eleitorais”.

Filomena Gonçalves destacou depois “os avanços” que colocam Cabo Verde “como referência da região” no sector da Saúde. “As nossas taxas de mortalidade materno-infantil às de países mais avançados e a esperança média de vida ultrapassa os 73 anos” o que, disse a ministra, “é reflexo das melhorias” no sector da Saúde e no acesso aos cuidados.

A ministra aproveitou igualmente a oportunidade para anunciar a construção de duas fábricas de oxigénio “no Hospital Agostinho Neto e no Hospital Baptista de Sousa” que, segundo assegurou, vão garantir a cobertura da totalidade das necessidades do país e, também, a aquisição dos aparelhos para os blocos operatórios na Boa Vista e para o Centro de Saúde de Palmeira, na ilha do Sal.

A ministra da Saúde voltou depois a frisar a necessidade de um pacto de regime para o sector “que envolva todos os actores e garanta uma Saúde mais forte, inclusiva e resiliente para todos os cabo-verdianos”.

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Primeiro-ministro anuncia retoma das obras do serviço ambulatório do Hospital Baptista de Sousa

O primeiro-ministro anunciou esta terça-feira, no parlamento, que está “tudo pronto” para a retoma, nos próximos dias, das obras do centro ambulatorial do Hospital Baptista de Sousa (HBS), em São Vicente.

Ulisses Correia e Silva fez a declaração após recusar pronunciar-se sobre uma interpelação do deputado do PAICV João do Carmo sobre o “muito dinheiro” que tem estado a circular em São Vicente e que “nenhum sanvicentino sabe de onde vem”.

O chefe do Governo, que se recusou a “lançar suspeições”, aproveitou o momento para enumerar obras em curso na ilha.

No conjunto apontou investimentos do executivo, em particular, no hospital central que, como assegurou, já tem montado o aparelho de Tomografia Axial Computorizada (TAC) e nos próximos dias vão ser retomadas as obras do centro ambulatorial deste hospital. 

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1196 de 30 de Outubro de 2024.

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Autoria:André Amaral,4 nov 2024 9:05

Editado porAndre Amaral  em  23 nov 2024 6:20

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