​Trabalhadores da Atunlo manifestam e lançam “pedido de socorro ao Governo”

PorFretson Rocha, Rádio Morabeza,4 nov 2024 12:21

Dois meses de salário em atraso, situação contratual por resolver e falta de confiança na Atunlo. Algumas das motivações na base de mais uma manifestação dos trabalhadores da fábrica espanhola de processamento de pescado, realizada hoje em São Vicente.

São cerca de 200 os funcionários, a maioria mulheres, que estavam em 'layoff' desde Fevereiro, altura em que a empresa suspendeu actividade.Sem saber o que lhes vai acontecer, cerca de 30 funcionários manifestaram-se hoje pelas ruas da cidade do Mindelo.

Diana Lima, que tem sete anos de casa, é uma das vozes da indignação.

“Sinto-me indignada. Não nos dão nenhuma satisfação nem por consideração a todos os anos de serviço que temos aqui. Que nos digam o que vão fazer para que nós também possamos saber o que fazer porque somos mães. Tenho dois filhos. A situação é difícil. Tiramos daqui, colocamos ali, à espera do fim do mês e quando metemos o cartão não encontramos nada na nossa conta”.

O SIACSA esteve reunido recentemente com a Atunlo na Direcção Geral do Trabalho. O coordenador sindical, Heidi Ganeto, exemplifica com situações que configuram quebra de confiança nos responsáveis da empresa.

“Quando lhes dissemos que o pessoal ainda não recebeu os salários de Setembro e Outubro, a empresa disse que há uma dívida da Frescomar de cerca de 55 mil euros para com a Atunlo. Saímos da reunião e fomos contactar a direcção da Frescomar, que negou a dívida, dizendo que quem deve à empresa é a Atunlo. Já não dá para confiar no que estão a dizer”.

As actividades da Atunlo foram suspensas em Fevereiro e os mais de 200 trabalhadores foram colocados em 'lay-off', recebendo metade do salário, devido a um processo de falência voluntária em Espanha.A sugestão é que o vínculo contratual seja quebrado com o pagamento das devidas indemnizações.

“Queremos sentar e negociar formas de pagamento das indemnizações de cada um. Sabemos que já há uma fábrica aqui que quer gerir o espaço. A essa fábrica quer contratar todos esses trabalhadores. Mão não consegue por causa dessa ligação que têm com a Atunlo”, diz.

A manifestação de hoje começou em frente à fábrica, no cais do Porto Grande, passou pela Avenida Marginal com uma paragem à frente do Ministério do Mar e rumaram à Direção Geral do Trabalho.

A Atunlo foi inaugurada em 2015 como um investimento europeu para colocar o arquipélago na linha da frente das exportações de pescado.Este ano, as actividades foram suspensas em Fevereiro.

No final de Agosto, o ministro do Mar, Jorge Santos, afirmou que o Governo, juntamente com a ENAPOR, estava a acompanhar o caso, a procurar soluções que protegessem os trabalhadores e assegurassem a continuidade do processamento de pescado no país.

O SIACSA diz que continua a aguardar uma resposta do ministro do Mar, Jorge Santos, relativamente a uma carta e a um abaixo-assinado enviado pelos trabalhadores, em inícios de Outubro, a solicitar um encontro para abordar a questão. 

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Autoria:Fretson Rocha, Rádio Morabeza,4 nov 2024 12:21

Editado porAndre Amaral  em  3 dez 2024 16:20

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