Em mais uma concentração, desta vez na Praça Dom Luís, perto de duas dezenas de trabalhadores empunharam cartazes com uma única palavra: “SOS”. A mensagem foi dirigida directamente ao Governo, através do coordenador local do SIACSA, Heidy Ganeto."
“É um pedido de socorro que estamos a dirigir ao Governo. Os funcionários da Atunlo estão há quatro meses sem receber salário. No início de Fevereiro, tiveram a previdência social suspensa por falta de pagamento da empresa. Estamos, neste momento, sem qualquer informação da empresa e do Governo. Em meados de Dezembro do ano passado, fomos recebidos pelo ministro do Mar após a manifestação. O ministro disse que a situação poderia ter alguma resposta até ao final do ano e que, no início deste ano, receberia estes trabalhadores, mas até agora nada”, diz.
O representante sindical acredita que o Governo tenha alguma novidade, depois de uma alegada visita de duas empresas ao espaço da fábrica espanhola de processamento de pescado, situada no Porto Grande.
“A própria Frescomar está interessada no espaço e pretende contratar os trabalhadores. Mas como é que vai poder contratar esses trabalhadores se ainda estão ligados à Atunlo? Temos um processo que deve dar entrada agora no tribunal, no sentido de solicitar um despedimento colectivo e ver como é que a Atunlo vai pagar o que deve a cada um”, explica.
São cerca de 200 os funcionários, a maioria mulheres, que estavam em 'layoff' desde Fevereiro, altura em que a empresa suspendeu a actividade. Entretanto, desde Outubro, que não recebem o ordenado.
Edilene Morais trabalhou durante oito anos na Atunlo. Sem esperança, a funcionária pede a intervenção do Governo na resolução da situação contratual e o pagamento das respectivas indemnizações.
“O Governo tem de encontrar uma solução porque precisamos de trabalhar. Eu tenho um filho de seis anos. Sou mãe e pai ao mesmo tempo. Tiro uns dias de trabalho de vez em quando, mas não tenho trabalho fixo. Estou à espera deles e dos meus oito anos de trabalho na empresa. Não recebemos há quatro meses, já não temos seguro em caso de doença. Já não temos nenhuma esperança”, refere.
A sugestão dos trabalhadores é que o vínculo contratual com a Atunlo seja quebrado com o pagamento das devidas indemnizações.