Visita de Joe Biden reforça aliança histórica entre Cabo Verde e os Estados Unidos - Ulisses Correia e Silva

PorEdisângela Tavares,4 dez 2024 9:33

O Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, destacou que a visita do Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reforça o posicionamento geoestratégico de Cabo Verde e consolida a cooperação em áreas estratégicas, como segurança marítima, cibersegurança e segurança alimentar, além de fortalecer a longa parceria baseada em valores partilhados, como a democracia, a boa governança e os direitos humanos, entre Cabo Verde e os Estados Unidos.

O encontro entre Ulisses Correia e Silva e Joe Biden aconteceu na ilha do Sal, na última segunda-feirra, 2 de Dezembro, no Aeroporto Internacional Amílcar Cabral. Durante a conversa, os dois líderes discutiram formas de fortalecer as relações bilaterais, com ênfase nas áreas de segurança marítima, cibersegurança, segurança alimentar e outros sectores estratégicos de cooperação.

Em declaração à imprensa, depois de o Presidente Joe Biden ter deixado o país, Ulisses Correia e Silva sublinhou que este é um “momento histórico” para Cabo Verde, pelo facto de ser o primeiro presidente norte-americano, em funções, a visitar o arquipélago, o que representa também o “reconhecimento da democracia cabo-verdiana, da boa governança e da estabilidade no país”.

“As perspectivas da continuidade de uma boa relação com os Estados Unidos da América foram aqui evidenciadas e nós somos um parceiro credível, antigo, que já tem uma relação secular com os Estados Unidos da América, partilhando valores importantes da democracia, de um país aberto ao mundo, valores de respeito pelos direitos humanos e pela boa governança”, sublinhou.

Para além disso, continuou o chefe do Governo, o posicionamento geoestratégico de Cabo Verde é “cada vez mais importante e relevante” no mundo actual, sublinhando os interesses de ter um país com “boas alianças estratégicas”, particularmente na “segurança marítima, cibersegurança, segurança climática e ambiental e segurança alimentar”

“No fundo, a segurança no seu conceito amplo, porque o país tem de estar ancorado em boas parcerias e os Estados Unidos da América é um parceiro de excelência, por razões mais que óbvias, acho que qualquer cabo-verdiano consegue identificar que a relação com os Estados Unidos da América é muito especial”, continuou.

Ulisses Correia e Silva frisou que o mundo está a viver um momento de “muita convulsão”, mas perspectiva, conforme abordado no encontro, que “isto vai ter de ter uma solução”. “Estamos a falar da guerra na Ucrânia, do Médio Oriente e todos ambicionam por uma paz durável, sustentável, mas no respeito também daquilo que são os princípios que têm de ser sustentáveis, garantindo o respeito pela soberania dos países, a integridade territorial, respeito pelas regras do multilateralismo e pelo direito internacional”, concluiu.

A embaixadora dos EUA em Cabo Verde, Jennifer Adams, na ocasião, afirmou que a visita do Presidente Joe Biden reafirma o compromisso mútuo com a democracia e o respeito pelos direitos humanos, celebrando a trajectória de Cabo Verde desde a independência. A visita reforça a parceria estratégica e o apoio dos Estados Unidos ao desenvolvimento do país.

A visita de Biden, que incluiu um encontro de 30 minutos com Correia e Silva, contou com a presença de altos funcionários da administração norte-americana.

Visita a Angola

Na sequência da visita histórica de Joe Biden a Cabo Verde, o Presidente dos Estados Unidos seguiu para Angola, onde foi recebido em uma visita marcada por intensa actividade diplomática e simbolismo histórico. Ao chegar ao Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, Biden dirigiu-se à Embaixada dos EUA, onde cumprimentou funcionários e seus familiares. Em Angola, Biden teve a oportunidade de visitar o Museu Nacional da Escravatura, um importante marco histórico situado numa antiga capela do século XVII, onde os escravizados eram baptizados antes de serem enviados para as Américas. Este local simboliza a forte conexão histórica entre os dois países, dado que Angola foi uma das maiores fontes de escravos para as Américas, e os primeiros africanos a chegarem ao território norte-americano eram, em grande parte, originários de Angola.

Além disso, Biden teve um encontro com o Presidente João Lourenço no Palácio Presidencial, no qual discutiram questões de interesse mútuo, incluindo a cooperação em segurança e desenvolvimento. Na quarta-feira, o Presidente norte-americano segue para Lobito, na província de Benguela, onde visitará o terminal portuário que inicia o Corredor do Lobito, uma infraestrutura ferroviária estratégica de 1.300 quilómetros que atravessa Angola até à República Democrática do Congo. Este corredor é um projecto fundamental para o transporte de minerais da região, e a visita de Biden sublinha o interesse dos EUA em apoiar esse projecto com investimentos significativos.

Além do Corredor do Lobito, Biden visitará o complexo industrial do grupo Carrinho, maior empresa agroindustrial do país, que beneficia da Parceria para as Infraestruturas e o Investimento Globais (PGI), uma iniciativa do G7. Biden também participará de uma cimeira internacional sobre o Corredor do Lobito, antes de concluir sua visita com o retorno aos Estados Unidos, fazendo uma escala final em Cabo Verde, no Sal.

Da comitiva norte-americana, esteve presente a embaixadora dos Estados Unidos da América, Jennifer Adams, o assistente do presidente e vice-Conselheiro de Segurança Nacional, Conselho de Segurança Nacional, Casa Branca, Jonathan Finer, e o Assistente Especial do Presidente e director sénior para os Assuntos Africanos, Conselho de Segurança Nacional, Casa Branca, Frances Brown.

*Com Inforpress e Lusa

Texto originalmente publicado na edição impressa do Expresso das Ilhas nº 1201 de 04 de Dezembro de 2024.

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Autoria:Edisângela Tavares,4 dez 2024 9:33

Editado porClaudia Sofia Mota  em  19 dez 2024 13:20

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