Conforme divulgou hoje o Afrobarometer, aumentou o número de pessoas que defendem que o Crioulo deve continuar a ser amplamente falado, mas sem se tornar língua oficial.
Esta posição foi sustentada por 41% dos inquiridos em 2024, um crescimento de nove pontos percentuais face aos 32% registados em 2022.
A pesquisa, realizada entre Agosto e Setembro de 2024, envolveu 1.200 adultos cabo-verdianos e tem uma margem de erro de +/- 3 pontos percentuais, com um nível de confiança de 95%.
Os dados revelam que o apoio à oficialização é maior entre os homens (60%) do que entre as mulheres (53%). A tendência também é mais forte entre os residentes das zonas rurais (62%) em comparação com os habitantes das áreas urbanas (54%).
A opinião favorável à oficialização está presente em todas as faixas etárias, particularmente entre os indivíduos entre os 36 e 45 anos (60%). Quanto ao nível de escolaridade, o maior apoio verifica-se entre aqueles que possuem o ensino secundário (60%).
Segundo a mesma fonte, a oficialização do Crioulo é mais apoiada tanto por pessoas que vivem em situações de pobreza extrema (66%) como por aqueles sem qualquer experiência de pobreza vivida (59%).
O estudo da Afrobarometer também avaliou a percepção sobre o uso do Crioulo no ensino.
Em 2024, cerca de 69% dos cabo-verdianos concordam ou concordam totalmente com a introdução do Crioulo e do Português nas escolas primárias. No entanto, esta percentagem também sofreu um recuo de nove pontos percentuais em relação a 2022, quando atingia os 78%.
Quanto às medidas governamentais, pouco mais de um quarto dos inquiridos (27%) acredita que o actual e os anteriores governos não criaram nenhuma condição necessária para tornar o Crioulo uma língua oficial.
Por outro lado, 61% afirmam que o governo já criou algumas, poucas ou muitas condições para que isso aconteça, mantendo-se estável em relação a 2022.