Mais de metade dos cabo-verdianos (56%) considera que chegou o momento de Cabo Verde adoptar o Crioulo como língua oficial, com o mesmo estatuto que o Português, segundo um estudo da Afrobarometer. No entanto, o apoio à oficialização da língua materna do arquipélago caiu oito pontos percentuais desde 2022, quando essa opinião era partilhada por 64% da população.

A Presidência da República anunciou hoje a tradução da Constituição da República para a língua cabo-verdiana, na variante de Santiago e será lançada no dia 6 de Março, no âmbito das comemorações do 50.º aniversário da Independência Nacional.

Para assinalar o Dia Internacional da Língua Materna, o Ministério da Educação lançou o primeiro manual de Lingua y Kultura Kabuverdiana para o 10.º ano. O material estará disponível em formato digital, em caráter experimental, conforme o decreto-lei n.º 28/2022.

Denúncias de fome em Cabo Verde vêm sendo ouvidas num crescendo de há algum tempo para cá. Primeiro surgiram pontual e timidamente em embates políticos e sindicais de pouca monta, depois mais abertas e ousadamente nas redes sociais e mais tarde guindaram-se para a imprensa formal.

Para o Presidente da República, a língua cabo-verdiana não está em risco, mas “enfrenta” desafios de outra natureza, como a problemática da sua relação com a língua portuguesa.

O Ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente disse, esta quinta-feira, que a discussão para a cabal oficialização da língua cabo-verdiana acontece há muitos anos e que neste momento é necessário dar um outro passo.

​Há alguns tempos falava-se muito na oficialização da Língua Cabo-verdiana e agora, com a declaração do presidente do Instituto de Património Cultural (IPC), de que o crioulo vai ser classificado como património imaterial nacional, o debate volta à ribalta.