Nhô Padre Benjamim, navio de cabotagem com 90 por 18 metros e capacidade para 319 contentores, afundou-se na tarde de segunda-feira ao largo da Preguiça, quando ligava Sal e São Nicolau.Toda a tripulação e o único passageiro a bordo escaparam ilesos.
“Neste momento, estamos a preparar a nossa deslocação para São Nicolau, portanto, uma equipa de investigadores. Essa equipa terá um encontro com a tripulação da embarcação e, a partir do momento em que se encontrarem, será realizada a entrevista necessária, que faz parte do processo de investigação. Só a partir daí poderemos ter uma ideia de quando emitir o relatório preliminar. Mas, de todas as formas, de acordo com o nosso estatuto e as exigências, o relatório preliminar deve ser elaborado num prazo de aproximadamente sete dias”, afirma.
A recolha de testemunhos da tripulação e a análise dos documentos de bordo estão entre os aspectos a examinar.
“Uma das formas de complementar a investigação e garantir um suporte técnico mais robusto é o acesso à chamada caixa negra das embarcações, o VDR (Voyage Data Recorder). Neste momento, não podemos assegurar que teremos acesso a esse VDR, tendo em conta as informações de que dispomos, segundo as quais o navio afundou-se num ponto muito profundo dos mares de Cabo Verde. Daí que não sabemos se será possível recuperar esse equipamento. Contudo, através das entrevistas que faremos à tripulação, poderemos identificar os factores que contribuíram para a ocorrência deste acidente”, acrescenta.
O naufrágio não provocou vítimas mortais, mas levantou questões quanto às condições de navegabilidade e segurança da embarcação. O IPIAAM apela à “serenidade” e reforça a necessidade de se aguardar pelas conclusões da investigação, a fim de se esclarecerem as causas do acidente.
O Instituto Marítimo e Portuário garantiu esta segunda-feira que a embarcação, de fabrico alemão, adquirida em 2015, já com 35 anos, pela empresa Lusolines, do grupo Ilha Verde, encontrava-se com toda a documentação em ordem.