"Na sequência de notícias públicas e veiculadas em como o aumento da taxa de direitos de importação do leite, produtos lácteos e sumos naturais, entrado em vigor com a Lei do Orçamento de Estado para o ano económico de 2018, teve como finalidade específica favorecer uma concreta empresa da qual o ministro das Finanças e vice-primeiro-ministro foi administrador e acionista, foi determinado, na Procuradoria-Geral da República, a abertura de um processo de averiguação", adiantou a PGR em resposta a uma pergunta da agência Lusa.
No âmbito do processo, adianta a PGR, têm sido "realizadas diligências de recolha de elementos com vista à apreciação e decisão final".
O ministro das Finanças e também vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, tem uma participação social na Tecnicil e está a ser acusado pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), de favorecimento, nomeadamente através do aumento das taxas alfandegárias para os lacticínios e sumos de frutas e do arrendamento de um imóvel para a instalação de um serviço dependente do Ministério das Finanças.
Na origem das acusações, está o facto de, coincidindo com o aumento dos direitos de importação dos lacticínios, ter surgido no mercado cabo-verdiano uma nova marca de leite e sumos produzida pela Tecnicil Indústria, uma das empresas do referido grupo, no qual Olavo Correia também foi administrador até ir para o Governo.
O maior partido da oposição pede a demissão do ministro, mas o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva garantiu, na terça-feira, que Olavo Correia não sai.
Abordado por diversas vezes pela agência Lusa, o ministro das Finanças e vice-primeiro-ministro vem remetendo explicações sobre este assunto para mais tarde.