Em conferência de imprensa, Miguel Monteiro, defendeu que o Ministério Público deve ser célere nas investigações que envolvem o ministro das Finanças e afirmou que “é um imperativo nacional que o tempo não arquive processos e que as suspeições não perdurem eternamente no tempo”.
Para Miguel Monteiro, é necessário que o PGR seja “efectivo e que as investigações” produzam resultados. Mas o facto de o Procurador-geral da República ainda não se ter pronunciado sobre a existência ou não de uma investigação não preocupa o deputado do MpD. “Não queremos a judicialização da política, nem o inverso. Neste caso, aquilo que consideramos que seja correcto, é que a justiça funcione e que ou condene ou ilibe, mas em tempo útil. Porque aquilo que não podemos assistir é o clima criado pelo PAICV. Em todas as acções que foram lançadas pelo governo, o PAICV tenta lançar um clima de suspeição”.
Questionado sobre a postura do ministro das Finanças, o secretário-geral do partido que sustenta o governo defendeu que não houve um comportamento “eticamente reprovável” por parte de Olavo Correia.
“Sinceramente não considero que haja aqui razões de ética porque o senhor vice primeiro-ministro não fez nada de errado. Nomeadamente, cumpriu a lei e isto é algo que muitos não querem ver”.
“O PAICV está a querer lançar este tipo de suspeições de uma forma generalizada, de que não estamos a fazer as coisas de forma correcta, não estamos a seguir a lei, quando na realidade não é nada disso. Quando na realidade não há nenhuma queixa, nenhuma suspeição lançada de forma oficial contra o senhor vice- primeiro-ministro ou qualquer membro do governo”, reforçou Miguel Monteiro.
Olavo Correia “cumpriu tudo aquilo com que tinha de cumprir”, defendeu ainda Miguel Monteiro “e, entretanto, vem o PAICV lançar estas suspeições”.
A polémica em torno de Olavo Correia começou depois de ter sido aprovada, no Parlamento e no âmbito do Orçamento do Estado para 2018, de uma lei que aumenta as taxas de importação de lacticínios e seus derivados e também sobre os sumos de fruta. Após a aprovação desta medida proteccionista, com os votos favoráveis de MpD e PAICV, o maior partido da oposição começou a acusar o ministro das Finanças de favorecimento à empresa de que foi administrador antes de assumir a pasta das Finanças.
Ontem (1 de Março) a agência Lusa noticiou que Olavo Correia é detentor de 5% do capital da Tecnicil Indústria e de 5% da Tecnicil SGPS, o que levou o PAICV, durante a sessão parlamentar, a sugerir a demissão de Olavo Correia dos cargos de vice primeiro-ministro e de ministro das Finanças.