Em conferência de imprensa, o secretário-geral do MpD, Miguel Monteiro, negou que a medida de protecção da produção de lacticínios e sumos de fruta esteja a beneficiar, exclusivamente, a empresa de que Olavo Correia é accionista.
“É preciso ver que se porventura fosse uma medida exclusivamente para a Tecnicil, se fosse uma medida que fosse apenas e só para essa empresa não veríamos o presidente da Câmara de Comércio de Sotavento, de onde partiu a proposta, a dizer que não se pode politizar todas as medidas, que Cabo Verde e a industria cabo-verdiana não terão futuro caso se politize tudo”, avançou Miguel Monteiro.
Para Monteiro, “se efectivamente a empresa que tem como accionista o vice primeiro-ministro está a ser beneficiada, certamente que haverá outras a serem beneficiadas” e apontou o caso da Iogurel que, segundo ele, “está em processo de expansão da produção”. “Não ouvimos outras empresas a dizer que estão a ser prejudicadas”.
A concluir, Miguel Monteiro reconheceu que “há efectivamente um clima de suspeição” mas que “já foram feitas as denúncias e vamos aguardar”.
A polémica em torno de Olavo Correia começou depois de ter sido aprovada, no Parlamento e no âmbito do Orçamento do Estado para 2018, de uma lei que aumenta as taxas de importação de lacticínios e seus derivados e também sobre os sumos de fruta. Após a aprovação desta medida proteccionista, com os votos favoráveis de MpD e PAICV, o maior partido da oposição começou a acusar o ministro das Finanças de favorecimento à empresa de que foi administrador antes de assumir a pasta das Finanças.
Ontem (1 de Março) a agência Lusa noticiou que Olavo Correia é detentor de 5% do capital da Tecnicil Indústria e de 5% da Tecnicil SGPS, o que levou o PAICV, durante a sessão parlamentar, a sugerir a demissão de Olavo Correia dos cargos de vice primeiro-ministro e de ministro das Finanças.