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Reagindo ao pedido de adiamento da votação da lei sobre a regionalização, apresentado pelo Governo, Janira Hopffer Almada considera este adiamento um “recuo”.
A presidente do PAICV, que falava à imprensa no final de uma visita que efectuou ao concelho de São Salvador do Mundo (ilha de Santiago), recordou que este “recuo” também aconteceu com vários outros dossiers.
“É um Governo teimoso, que não ouve e que não tem, sobretudo, a capacidade para pensar nos interesses do país, em primeiro, antes de pensar nos interesses político-partidários momentâneos da actual maioria”.
Recordando a existência, no Parlamento, de uma proposta do PAICV sobre a regionalização, a presidente do maior partido da oposição pergunta ao Governo “o que mudou de lá para cá para haver este súbito e repentino interesse na geração de consensos e posições?”.
O PAICV continua a defender que é preciso reduzir as despesas deste Estado, que diz estar cada vez “mais gordo”, para que possa libertar recursos e satisfazer as necessidades da população.
“Ainda estamos num país onde a taxa do desemprego ainda é alta, onde as populações têm ainda muitas vulnerabilidades. Nós não podemos estar permanentemente a criar mais cargos políticos, porque isso implica despesas e não podemos ter um país que não podemos pagar”, disse..
“Acredito que o Governo não está a ser sério na forma como está a tratar esta questão, assim como não foi sério quando fez esta promessa, dizendo que iria implementar a regionalização num prazo de seis meses. Não conseguiu cumprir, tem esta questão para resolver – o compromisso que fez perante a população, principalmente a de São Vicente – e quer ver como é que vai sair desta questão empurrando as culpas para o PAICV”, afirmou.
A proposta de lei que cria as regiões administrativas e regula o seu modo de eleição, as suas atribuições e organização, foi aprovada em Outubro do ano passado, com 41 votos a favor, 37 do Movimento para a Democracia dois do Partido Africano da Independência de Cabo Verde e dois da União Cabo-verdiana Independente e Democrática.
Os votos favoráveis do maior partido da oposição surgiram dos deputados Odailson Bandeira e Filomena Martins, eleitos nas listas do PAICV, pelos círculos eleitorais de Santo Antão e São Vicente, respectivamente.
