Em conferência de imprensa, hoje, no miradouro de Monte Gute, o presidente da Comissão Política Regional do partido, Alcides Graça, disse que a postura de Augusto tem colocado a ilha do Porto Grande numa situação de gestão corrente.
“Basta ver que as obras, ou estão abandonadas, ou estão paradas, ou num ritmo muito lento. Aqui nós temos que nos preocupar, porque a inabilidade do governo municipal em se relacionar com o Governo central, ou com a cooperação descentralizada, coloca São Vicente numa situação de gestão corrente. Quer dizer que este município não tem folga orçamental para fazer investimento público e o investimento público só pode vir de verbas desbloqueadas pelo Governo ou, então, da cooperação descentralizada. E a relação com o Governo nós não sabemos em que pé se encontra, por uma razão simples: o Governo anuncia verbas no âmbito dos fundos do Ambiente e de Turismo, o Governo local diz que recebe ou anuncia também essas verbas. A verdade é que, no terreno, não se nota a aplicação desses fundos”, diz.
Alcides Graça aponta os casos da construção de habitação social em Ribeirinha e dos polivalentes de Craquinha e Ribeira de Vinha. Mas o caso mais grave, segundo o partido, prende-se com o Miradouro de Monte Gute, que considera abandonado, apesar de um investimento de mais de 11 mil contos, na sua construção.
O responsável partidário questiona o destino do dinheiro e pede a intervenção do Tribunal de Contas.
“Esta é uma obra de interesse turístico. Portanto, se o Fundo do Turismo fosse disponibilizado poderia, eventualmente, ser aplicado aqui. 11 milhões de escudos foram adjudicados para essa obra, vejam o que é que nós temos aqui. Julgamos que merece até alguma investigação do Tribunal de Contas, para saber onde foram parar os mais de 11 milhões de escudos, porque é dinheiro público”.
Alcides Graça acrescenta que se as verbas anunciadas foram desbloqueadas pelo Governo para o município, então devem ser aplicadas nas obras municipais. Caso contrário, questiona se São Vicente está a ser uma vez mais penalizado por aquilo que define como mau relacionamento do executivo camarário com o Governo central.
As preocupações do PAICV surgem após uma visita que a comissão política e os deputados municipais efectuaram entre ontem e hoje às obras municipais.