No início deste mês, em conferência de imprensa, Graça acusou a autarquia Mindelense de vender lotes de terrenos a dois tempos. Segundo o partido, além de pagar o preço da tabela oficial para alienação de terrenos, o comprador é obrigado a fazer uma doação no valor da diferença para ao preço praticado no mercado especulativo.
Segundo Alcides Graça, o objectivo da participação é esclarecer a questão.
“Apresentei uma denuncia oficial sobre o esquema de vendas de terreno na CMSV, esperando que a procuradoria dê seguimento e que o povo de São Vicente saiba o resultado final das investigações, e saber a verdade, o que se passa no gabinete técnico da Câmara Municipal”, afirma.
O responsável do PAICV em São Vicente afirma ter feito chegar ao Ministério Público documentos que comprovam o alegado esquema em curso, na CMSV.
“Eu recolhi um modelo de doação que a Câmara vem utilizando a privados, atenção, não são investidores como se disse anteriormente, [são] particulares que compram terrenos para a sua residência privada. Tenho aqui uma prova de alguém que fez, claro que pediu-me para cobrir o nome, dois milhões de escudos de doação a favor do município, a propósito da compra de um terreno. Julgo que isso é mais do que suficiente para, pelo menos, abrir uma investigação. O processo não é difícil de desmantelar. Acho que, havendo vontade e interesse, os órgãos próprios poderão chegar à conclusão que nós todos sabemos que corre a boca pequena em São Vicente”, indica.
O presidente da Comissão Política Regional do PAICV em São Vicente também apresentou uma outra participação, no caso contra o presidente da Câmara Municipal de São Vicente, Augusto Neves, por ofensa à sua honra e dignidade.
Alcides Graça justifica a decisão por aquilo que considera ser a reacção excessiva do edil de São Vicente, quando o PAICV denunciou, na comunicação social, o alegado esquema de especulação imobiliária.
“Fiz uma queixa-crime por considerar que a reacção da Câmara Municipal foi excessiva, ao chamar-me o que me chamou, ofendeu a minha honra e dignidade, coisa que eu prezo muito e que não permito a ninguém pôr em causa, muito menos de alguém que instituiu o nepotismo, que nós sabemos que vem favorecendo, claramente, os amigos próximos dele”, diz.
O presidente da Câmara Municipal de São Vicente nega as acusações do presidente da Comissão Política Regional do PAICV, de que a autarquia pactua com especulação imobiliária na ilha. Augusto Neves já tinha desafiado Alcides Graça a provar em tribunal se há ou não especulação.